São Paulo, segunda-feira, 20 de janeiro de 1997
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MPB GLOBALIZADA

Além dos acordos econômicos e políticos, o Brasil parece estar buscando uma maior aproximação com os países da América do Sul também em outras áreas. Apesar das diferenças que sempre o distanciaram de seus vizinhos, o país tem obtido num ambiente de língua estrangeira, por meio de sua música, uma significativa penetração cultural.
A música popular brasileira, com seus diversos ritmos, um espanhol nem sempre perfeito ou um português de sotaques variados, tem conseguido um lugar de destaque no mercado fonográfico latino-americano. Resultado da pujança da atual produção nacional nessa área, com astros que internamente têm ofuscado estrelas internacionais, o atual crescimento na exportação musical brasileira suscita novas aspirações para o potencial cultural do país.
Paralamas do Sucesso, Skank, Carlinhos Brown são alguns dos nomes com que o público sul-americano -no Chile, na Colômbia, na Argentina etc.- vai aos poucos se acostumando. A mesma internacionalização da música que no passado pareceu apenas atentar contra as raízes do país agora trabalha a favor da própria cultura brasileira.
O mercado latino-americano nem sempre esteve disposto a aceitar a produção do Brasil, que em muitos períodos teve mais facilidade para exportar músicos e canções para a Europa ou os EUA. A barreira linguística parecia ser forte o bastante, e muitos músicos tiveram de enfrentar essa adversidade compondo e cantando em língua estrangeira.
O recurso às versões em espanhol ainda é frequente, mas mesmo o português parece não ser mais grande empecilho para o sucesso de um artista brasileiro na América do Sul. Com isso, não só a música, mas também outros aspectos da cultura nacional ganham uma maior projeção.
São os bons frutos da globalização, que, com a ampliação dos mercados, abre ainda mais o espaço para que mundos diferentes compartilhem seus produtos culturais.

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