São Paulo, quarta-feira, 22 de janeiro de 1997
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Linha dura; Paciência no fim; A política como ela é; Milhões de motivos; Guerra dos números; Dia de amador; Prudência na largada; Jogando na confusão; Pulo do gato; Estrada comprida; Projeto painho; Guerra interna; Nó de fumaça; Pombas e falcões; Pé no freio; Para todo gosto; Presepada paranaense

Linha dura
FHC jogou duro com os deputados do PMDB para garantir a votação da reeleição na próxima terça ou quarta. Deu um recado claro: ou votam ou a candidatura de Temer à presidência da Casa seria torpedeada. Os peemedebistas cederam e vão votar.

Paciência no fim
'Já pensei bastante. Está na hora de votar (a reeleição)", disse FHC ontem a um interlocutor.

A política como ela é
Enquanto ameaçava a candidatura Temer, o governo procurou cada deputado ligado aos senadores rebeldes do PMDB. Os senadores Jader Barbalho e Ronaldo Cunha Lima já deixaram Iris Rezende falando sozinho.

Milhões de motivos
Serjão ameaçou tirar os cargos que o peemedebista mineiro Newton Cardoso tem no governo federal. Os deputados ligados a Newtão vão votar no dia 29. A favor da emenda da reeleição.

Guerra dos números
Na conta do Planalto, a emenda da reeleição tinha até ontem 290 votos garantidos na Câmara. A oposição continuava a dizer que tem 198 deputados contra.

Dia de amador
É de FHC a responsabilidade pelo novo cronograma da reeleição: votar o 1º turno na semana que vem. O PFL queria estar votando a emenda hoje, goela abaixo do PMDB. Não conseguiu.

Prudência na largada
O Planalto decidiu começar a discussão da reeleição amanhã para não correr o risco de a oposição requerer a votação da emenda. Ao contrário da sessão de hoje, é certo que na quinta não haverá quórum no plenário.

Jogando na confusão
Na próxima terça, quando o governo testará sua base de apoio para a reeleição votando o pedido de encerramento das discussões sobre o tema, a oposição vai votar a favor. Só para embananar os cálculos do Planalto.

Pulo do gato
Nas negociações para aprovar a reeleição, está caindo a emenda Fernando Lyra (PSB-PE), que permite a ocupantes de cargos executivos concorrer no posto a cargos diferentes. Como queria o relator Pires Franco (PFL-PA).

Estrada comprida
O presidente do PDT, Leonel Brizola, completa 75 anos hoje. Caso dispute o Planalto em 98, o fará com 76. Em 89, Ulysses Guimarães (PMDB), então com 72 anos, concorreu à Presidência.

Projeto painho
Em conversas ontem com parlamentares, Luís Eduardo Magalhães exibia os últimos números sobre a eleição do Senado: 46 a 35. A favor de ACM, é claro.

Guerra interna
Alguns deputados petistas estão querendo que seja secreta a eleição para líder na Câmara. Ajudaria Milton Temer (RJ) que concorre com José Machado (SP). A votação, marcada para amanhã, pode ocorrer hoje.

Nó de fumaça
Luís Carlos Santos (Assuntos Políticos) fez reservas em um vôo para Miami no dia 6 de fevereiro. Os aliados ainda não sabem se é otimismo quanto à reeleição ou se é fuga de eventual catástrofe em Brasília.

Pombas e falcões
Para Luís Eduardo e Serjão, um arrastão final do Planalto poderá pescar os 18 votos que faltariam para aprovar a reeleição. Raciocinam que, na hora H, nenhum peemedebista que se diz indeciso ficaria contra FHC.

Pé no freio
Os líderes Inocêncio (PFL), Aníbal (PSDB) e Temer (PMDB) acham arriscado votar a reeleição sem contar com pelo menos 340 votos acertados. "É suicídio", diz um dos três.

Para todo gosto
Segundo um dos levantamentos dos governistas, a reeleição já contaria com 48 votos no PPB de Maluf. Podendo crescer mais. Em outra conta, também governista, seriam só 30 votos.

Presepada paranaense
Em pleno janeiro, Jaime Lerner (PDT-PR) está convidando deputados para uma exposição de "presépios e minipresépios".

TIROTEIO
Do pefelista Jorge Bornhausen (SC), sobre Ricardo Barros (PFL-PR) dizer que poderiam debitar seu voto contra a reeleição na conta do embaixador:
- Em um acerto de contas, há débitos e créditos. Eu pergunto: quem creditou ao deputado Ricardo Barros?

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