São Paulo, quarta-feira, 22 de janeiro de 1997
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Metade da frota tem de circular, diz TRT

CRISPIM ALVES; FABIO SCHIVARTCHE
DA REPORTAGEM LOCAL

O juiz Delvio Buffulin, presidente do TRT (Tribunal Regional do Trabalho) de São Paulo, concedeu liminar, no final da tarde de ontem, determinando que 50% da frota de ônibus (11,2 mil veículos) circule durante a greve prometida por motoristas e cobradores.
A decisão foi tomada com base em medida cautelar impetrada ontem pela SPTrans. A empresa queria a manutenção de 70% da frota durante a greve.
O descumprimento da determinação vai acarretar multa diária de R$ 50 mil aos responsáveis.
Segundo a assessoria de imprensa do TRT, a lei de greve diz que, quando houver paralisação em serviço considerado essencial, as partes envolvidas têm que negociar a manutenção do serviço. No caso da greve decidida ontem, isso não aconteceu.
Responsabilidades
Segundo a assessoria de imprensa do TRT, a lei de greve determina que todas as partes envolvidas (no caso, motoristas, sindicato e empresas) podem ser responsabilizadas pelo descumprimento da determinação do TRT. Mas a responsabilidade pelo descumprimento só será efetivamente apurada em outro momento.
O sindicato dos motoristas e cobradores ainda pode recorrer da decisão do TRT. O presidente da entidade, José Alves do Couto Filho, o Toré, disse que não havia sido notificado sobre a liminar até o início da noite de ontem.
Toré afirmou que a categoria vai ignorar a determinação do tribunal e forçar a paralisação nas garagens com "piquetes e convencimento".
Nova assembléia
O sindicato dos motoristas marcou para hoje, às 16h, uma nova assembléia da categoria para rediscutir a paralisação.
Até a noite de ontem, os sindicalistas não haviam decidido se participariam da nova rodada de negociações, marcada para a manhã de hoje.
O encontro foi agendado pela SPTrans, que convidou para a reunião os trabalhadores e o sindicato das empresas do setor.
"Enquanto era prefeito, Paulo Maluf prometeu implementar um plano de saúde para toda a categoria, mas nada fez. Depois, ele prometeu que seu sucessor iria implantar o convênio. E agora, como ficamos?", questionou Toré durante a assembléia.
A assessoria de imprensa do ex-prefeito Paulo Maluf não foi encontrada, na noite de ontem, para comentar as declarações de Toré.
(CRISPIM ALVES e FABIO SCHIVARTCHE)

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