São Paulo, quarta-feira, 22 de janeiro de 1997 |
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Custo de rodoanel de São Paulo é estimado em US$ 2 bilhões
JOSÉ ROBERTO DE TOLEDO
É dinheiro suficiente para construir o equivalente a dois túneis sob o parque Ibirapuera, a mais cara das obras da gestão Paulo Maluf na prefeitura paulistana. O preço não é o único obstáculo que pode limitar o anel viário a um ou dois de seus trechos previstos. As dificuldades adicionais são as vastas áreas de preservação ambiental a serem cortadas e a necessidade de coordenar os governos federal, estadual e de 21 prefeituras, entre elas a da capital paulista. A primeira fase do projeto, de 42 km, vai da rodovia dos Bandeirantes (noroeste) à estrada de Itapecerica da Serra (sudoeste). No meio do caminho, serão interligadas outras quatro rodovias importantes: Anhanguera, Castelo Branco, Raposo Tavares e Régis Bittencourt. Não é por acaso que a obra deve começar por aí: é o trecho mais curto (41,9 km), com maior fluxo de veículos previsto (183,5 mil por dia), com menor impacto ambiental e o mais baixo custo de desapropriações: US$ 166,9 milhões. Por essas razões, os idealizadores do projeto esperam ter mais facilidade para encontrar parceiros na iniciativa privada que viabilizem sua construção. O grande fluxo de veículos (4.380 por km/dia) garantiria um retorno mais rápido do investimento por meio de pedágio e a densidade populacional da região possibilitaria empreendimentos imobiliários nas marginais do rodoanel. Além disso, dos três trechos previstos pelo projeto do rodoanel, é onde o processo de autorização da obra pelos organismos de preservação do meio ambiente está mais adiantado. Na previsão de Helena Carrascosa von Glen, coordenadora de Proteção dos Recursos Naturais da Secretaria do Estado do Meio Ambiente, deve levar até um ano para ficar pronto o Estudo de Impacto Ambiental só do primeiro trecho. Quanto ao projeto completo do rodoanel, será bem maior o tempo de investigação de suas consequências sobre os 42 km de Área de Proteção aos Mananciais nas represas Billings e Guarapiranga e os 31 km na Serra da Cantareira. "Sou a favor do rodoanel. Há ganhos importantes, especialmente na poluição do ar na cidade de São Paulo. Mas pode haver impactos negativos. Vamos fazer uma avaliação ambiental estratégica", diz o secretário Fabio Feldmann. O assunto é tão delicado e, ao mesmo tempo, tão prioritário para o governador Mário Covas, que ele tem mediado pessoalmente as reuniões que envolvem técnicos do Meio Ambiente e da Secretaria do Estado dos Transportes. Texto Anterior: Os pontos de divergência entre Covas e Pitta Próximo Texto: Obra pode ter novidade financeira Índice |
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