São Paulo, quarta-feira, 22 de janeiro de 1997
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

PM é preso acusado de integrar quadrilha

MARCELO GODOY
DA REPORTAGEM LOCAL

A polícia prendeu ontem um policial militar e três acusados de fazer parte de uma quadrilha de ladrões de banco e de cargas. Entre eles está um dos dez homens mais procurados de São Paulo por causa de assaltos a bancos.
Na casa do soldado da PM Moisés Santana, 27, foram apreendidas três submetralhadoras e duas pistolas semi-automáticas. Preso, ele negou as acusações. Disse que foi obrigado pelos outros acusados a guardar as armas em sua casa.
"Não foi isso que os outros presos disseram. Eles apontaram-no como membro do grupo", disse o delegado Sérgio José da Silva, 55, titular da Seccional Norte.
O 9º DP investiga a possibilidade de o soldado ter fornecido fardas da PM que foram utilizadas em assaltos. Um dos casos seria o roubo à agência do Unibanco da avenida Imirim em 26 de junho de 1996.
Um dos assaltantes, vestido de PM, pediu ao vigilante que abrisse a porta do banco às 19h. O vigia abriu, foi rendido, e outros oito homens entraram na agência, de onde foram roubados R$ 43 mil.
Investigações
As investigações sobre a quadrilha começaram há um mês. Ontem foram presos Antônio Labadessa Neto, 29, Paulo Giovani Ferreira Ribeiro, o "Coquinho", e Fábio Carvalho de Souza, o "Bill".
Eles não quiseram dar entrevistas. De acordo com a polícia, todos confessaram os crimes e estão sendo reconhecidos pelas testemunhas -funcionários de bancos.
Segundo o delegado, Labadessa Neto é um dos dez assaltantes de banco mais procurados pela polícia paulista. Ele está condenado a três anos e meio de prisão.
Ribeiro havia fugido do presídio de Mongaguá (litoral de SP) onde cumpria pena em regime semi-aberto (com permissão para trabalhar fora da prisão durante o dia).
"Já conseguimos confirmar a participação do grupo em quatro assaltos a bancos", disse o delegado. O caso mais antigo é de 1994. De acordo com ele, outros roubos ainda estão sendo investigados.
Entre eles está o de duas carretas carregadas com pneus em Botucatu (SP). O crime aconteceu na rodovia Castello Branco em 30 de outubro de 1996.
O grupo teria atravessado um Kadett e uma Kombi, que já foi apreendida, na pista para bloquear os caminhões. Os motoristas das carretas foram feitos reféns e levados a São Paulo com as cargas. Depois, os pneus foram vendidos, e os motoristas, liberados.
O 9º DP também está apurando dois assassinatos que teriam sido cometidos por Souza, o "Bill". Os crimes teriam ocorrido na região da Vila Amália (zona norte). "Ele assassinou uma pessoa que lhe devia R$ 100 e a jogou num córrego", disse o delegado.

Texto Anterior: Obra pode ter novidade financeira
Próximo Texto: Aprovada lei contra porte ilegal de arma
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.