São Paulo, quarta-feira, 22 de janeiro de 1997 |
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Co-gestão malfeita pode virar água no chope
ALBERTO HELENA JR.
A indireta tinha endereço certo: o presidente do Grêmio, que teria roído a corda na negociação de Paulo Nunes. Já Zezinho Mansur foi mais explícito: telefonara para o ex-presidente Koff, do Grêmio, pedindo sua intervenção. Koff teria consultado o atual presidente e dado, em resposta, um valor pelo passe do craque, aceito em seguida por Zezinho. Mas o presidente do Grêmio, ontem, negou, pela Jovem Pan, que tivesse sido procurado por alguém do Corinthians. Logo, não deu valor nenhum, tampouco empenhou sua palavra. Resumo da ópera: o GAP, composto por empresários da área financeira de reconhecida competência, cumpriu, com louvor, seu papel -costurar um acordo entre Corinthians e o Banco Excel que gerasse recursos suficientes para o clube montar um supertime. Quando esta segunda operação caiu nas mãos dos cartolas convencionais, melou. Moral da história: a co-gestão implica na presença de um profissional gabaritado, tipo Brunoro, na condução dos negócios do futebol. Senão, é água no chope. * Outro exemplo? Pois lá vai. Nesse mesmo dia, cruzo no elevador da Gazeta com o diretor de marketing do São Paulo, Jaime Franco, que reputo, dentre os dirigentes amadores, um dos mais preparados. Entre o térreo e o primeiro andar, trocamos algumas palavras, que, à sua saída, deixaram no ar certo azedume. Motivo: a figura da co-gestão, que o tricolor repudia, nos termos adotados, por exemplo, pelo Palmeiras com a Parmalat. No brevíssimo encontro, Franco me assegurou que o São Paulo, com seus contratos de patrocínio, fatura mais do que os seus concorrentes. E se pôs à disposição para comprová-lo, num papo mais longo. E foi além: com mais três contratações, o São Paulo terá um time para disputar o título. Não duvido nem de uma coisa nem de outra. Mas foram tantos os erros de gerência do futebol nos últimos dois anos, digamos, que nenhuma pista restou de que o tricolor conseguirá em tão pouco tempo resgatar o prestígio perdido nos últimos tempos. Basta dizer que o espaço de que disponho não seria suficiente para listá-los. Mas dá para arrematar com elementar lógica: se fatura mais do que os outros, deveria ter um esquadrão melhor. Tem? * Ronaldinho, afinal, subiu ao pódio, levado pela opinião de mais de uma centena de especialistas, incluindo o tradicional jornal português "A Bola" e com o aval da Fifa. Menos aquela entidade de estatísticas tocada por aquele alemão doido, que elegeu um anônimo iraniano como o melhor jogador do mundo. Contra números, não há argumentos. Texto Anterior: A cooperativa paranaense Próximo Texto: Força jovem Índice |
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