São Paulo, quinta-feira, 23 de janeiro de 1997 |
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Para CPI, governo de SC favoreceu banco
FERNANDO GODINHO
Santa Catarina obteve permissão do Senado para emitir R$ 605,143 milhões (valores atualizados) em títulos públicos, e o Vetor ganhou R$ 33,2 milhões a título de "taxa de sucesso" -pelo fato de o Senado ter aprovado a operação. A metodologia do governo de Santa Catarina para publicar o edital foi o que mais chamou a atenção dos senadores que analisam os documentos reunidos pela CPI. O edital, com data de 12 de junho de 1996 (uma quarta-feira), deveria ter sido publicado no "Diário Oficial" de Santa Catarina no dia 14 de junho de 1996 (sexta-feira). Mas o "Diário Oficial" catarinense só circulou no dia 19 de junho de 1996 (quarta-feira seguinte), 24 horas antes do prazo final para a escolha do banco que ficaria responsável pela operação. Os senadores deduziram que os eventuais concorrentes do Banco Vetor não tiveram tempo hábil para apresentar propostas e suspeitam que a proposta vencedora já estaria previamente encaminhada. O governo de Santa Catarina teria alegado que as rotativas responsáveis pela publicação do "Diário Oficial" estavam quebradas. Por isso, a edição do dia 14 de junho não circulou. Além de ter gasto R$ 33,2 milhões com a "taxa de sucesso" cobrada pelo Vetor, o governo de Santa Catarina ainda perdeu outros R$ 86,8 milhões com a operação de emissão de títulos. Isso devido ao desconto de 14,3% oferecido às corretoras na operação de venda dos títulos. Ainda não foram colocados no mercado pelas corretoras que adquiriram esses papéis 55% deles (cerca de R$ 332 milhões em títulos), segundo a CPI. Outro lado O secretário da Fazenda de Santa Catarina, Paulo Sérgio Gallotti Prisco Paraíso, disse à Folha que o Banco Vetor foi contratado pelo banco do Estado (Besc) e não haveria necessidade do edital. Segundo ele, o Besc "poderia ter feito diretamente" o contrato. O edital foi feito por ordem do governador. "O credenciamento -objeto do edital- é dispensável", afirmou. Mesmo assim, o Vetor foi o único a se credenciar. A assessoria de imprensa do Vetor disse que o atraso do edital se deu por defeitos nas máquinas que imprimem o "Diário Oficial". Texto Anterior: Temer é alvo de críticas em jantar na casa de Roseana Próximo Texto: A emissão dos títulos Índice |
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