São Paulo, quinta-feira, 23 de janeiro de 1997 |
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Empregada é acusada de tentar envenenar patrões
MARCELO GODOY
O fato aconteceu anteontem na rua Vergueiro, no Cambuci (região central de São Paulo). Vilma teria posto o inseticida K-Otrine no leite, num vidro de remédio e numa garrafa da água tônica. Ela foi presa em flagrante e acusada de tentativa de homicídio. Vilma confessou o crime ao depor no 6º DP, mas não deu entrevistas. Ela, que fora indicada para o serviço por uma amiga de Dinaura, estava havia 60 dias no emprego, o primeiro dela em São Paulo. Segundo Dinaura e seu marido, que é economista, a empregada dormia em casa e era educada. Há um mês, eles notaram a falta de um relógio, de uma pulseira, de dois anéis e de sete peças de roupa. Dez dias após, a empregada teria confessado o furto e devolvido tudo. Arrependida, Vilma teria pedido uma segunda chance, que lhe teria sido dada. Mesmo assim, portas de alguns cômodos e gavetas foram trancadas por Dinaura. Ao depor, a empregada disse que essa "desconfiança das pessoas da casa" a deixava sem jeito, "chateada e nervosa". Por isso, teria pensado em uma vingança. Ela disse à polícia que notara no armário do banheiro um frasco com a inscrição: "veneno". Às 10h, após o economista sair, ela pôs o inseticida no leite, na água tônica e num vidro de remédio. Pouco depois, a dona-de-casa foi tomar café. Pegou a leiteira e encheu um copo. Como o leite tinha um cheiro estranho, trocou de copo. O odor se manteve, e ela mandou a empregada jogar fora pensando que o leite estava estragado. Pressionada pelos patrões, Vilma teria confessado. Ela disse à polícia ter pensado que Dinaura era quem tomava o xarope. Segundo a dona-de-casa, Vilma sabia que o remédio era do marido. A empregada afirmou ao depor que não sabia que o inseticida podia matar, se disse arrependida e afirmou que só fez isso por estar muito magoada com a patroa. Texto Anterior: Pádua fala por 5 h e incrimina Paula Próximo Texto: O secreto objeto do desejo Índice |
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