São Paulo, quinta-feira, 23 de janeiro de 1997
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Esclarecimento; Reeleição; Gastos com saúde; Cumprimento; Novos padrões; Propaganda enganosa

Esclarecimento
"A respeito da notícia publicada em 22/1 sobre uma possível campanha publicitária a respeito do plebiscito, quero esclarecer:
1 - a notícia é falsa. A DM9 Institucional não está criando nenhuma campanha sobre o plebiscito.
2 - ao contrário do que diz a reportagem, ninguém do PSDB ou do governo encomendou qualquer estudo nesse sentido à nossa agência.
Certamente o repórter da Folha foi desinformado por alguém que tem outro interesse que não é a verdade e para que se evitem consequências de qualquer natureza, diante da importância da discussão sobre a reeleição para a sociedade brasileira, solicito a publicação deste esclarecimento."
Geraldo Walter, diretor da DM9 Institucional (São Paulo, SP)

Resposta do jornalista Emanuel Neri - Os planos da campanha existem. Eles foram discutidos pelo menos duas vezes entre o ministro Sérgio Motta e Geraldo Walter. A informação foi passada à Folha por publicitários ligados a Walter.

Reeleição
"O Suplicy me deixou com uma tremenda inveja dos sul-africanos que, segundo ele, têm 'pelo menos cinco pessoas na África do Sul que podem exercer a presidência tão bem e até melhor do que Nelson Mandela', enquanto nós temos Sarney, Maluf, Itamar, Lula...
Arrrgh! Reeleição já!".
Manuel do Espírito Santo Amaro (São Paulo, SP)
*
"Embora contrário a qualquer tipo de reeleição no Brasil, junto-me à campanha da Folha pelo plebiscito sobre a matéria.
O assunto é sério demais para ser decidido no balcão de negócios em que Fernando Henrique transformou o governo."
Antonio Barbosa S. Filho (Taubaté, SP)
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"É inadmissível que o Congresso Nacional, convocado extraordinariamente para fazer o que não fez no horário normal de trabalho, não consiga resolver uma questão tão simples como essa emenda da reeleição.
Enquanto o Congresso fica no impasse, o Brasil inteiro fica paralisado."
Eduardo Grígolo (Jundiaí, SP)

Gastos com saúde
"Sobre a reportagem 'Gasto per capita da Saúde cai 7,6% em 96' (6/1): segundo a jornalista Daniela Falcão, o ministro Carlos César de Albuquerque teria dito que pretenderia elevar para US$ 100 o gasto federal per capita em 97. Impossível, só pode abaixar.
O orçamento com a CPMF é de R$ 20 bi: pela população, 158 milhões, resulta a conclusão de que a receita já está a R$ 120 per capita.
A jornalista chega ao cúmulo de comparar o gasto de 1995 com o de 1996, ainda inexistente...
Mas isso não a inibiu de concluir que o gasto federal per capita teria caído de US$ 95,97 para US$ 88,86 (sic!?) no ano passado.
A jornalista confundiu a proposta de financiamento do Ministério da Saúde, que foi da ordem de US$ 15,7 bilhões, com o orçamento aprovado, que se restringiu a 13,9 bi.
O valor executado foi-lhe superior, de vez que alcançou a R$ 14,8 bilhões, o que desautoriza a sua conclusão precipitada de que o dispêndio foi menor do que o orçado.
Também a informação de que o Brasil investiu US$ 300 per capita na saúde é estranhíssima porque a mais recente estimativa (1994) do próprio Ministério diz que o gasto atingiu US$ 21,1 bilhões, US$ 136 per capita.
A se acreditar na jornalista, tal investimento teria se multiplicado por 2,2 em 1995.
A jornalista entra no coro do burocratismo da saúde ao repetir pela enésima vez que o Brasil é um dos países que menos investe em saúde na América Latina.
Ora, na recente lista dos piores em saúde, da Unesco, publicada na Folha, a Nicarágua, gastando apenas US$ 27 per capita, está melhor classificada do que o Brasil, cujo governo federal despende 3,3 vezes mais, US$ 95...
Ou seja, o nosso país, com os recursos que tem, reúne todas as condições para melhorar consideravelmente o atendimento à saúde do cidadão brasileiro no SUS.
Bastaria um mínimo de administração, coisa ainda inexistente no Ministério da Saúde."
Marx Golgher, conselheiro do Conselho Regional de Medicina-MG e coordenador da Câmara de Recursos Financeiros do Conselho Estadual de Saúde-MG (Belo Horizonte, MG)

Resposta da jornalista Daniela Falcão - O orçamento de R$ 20 bilhões é apenas uma previsão, que só será confirmada ou não no final deste ano. Não serve, portanto, de base de cálculo. Todos os números relativos a gasto per capita com saúde são oficiais e se baseiam nos orçamentos executados (no caso de 96, foram computados os gastos até 17 de dezembro). A repórter não fez nenhum cálculo. Quanto aos dados da Unesco, a reportagem se baseia no relatório mais recente da entidade, reproduzido em 17/11/96 pela Folha.

Cumprimento
"Em nome da Abrace (Associação Brasileira de Grandes Consumidores Industriais de Energia), que representa 35% do consumo industrial brasileiro de energia elétrica ou 20% de todo consumo nacional, felicito Celso Pinto pelo excelente artigo 'O paradoxo elétrico (1)', que estabelece com precisão o nosso olhar sobre o problema."
Carlos Anísio Figueiredo, presidente, e Paulo Ludmer, diretor-executivo da Abrace -Associação Brasileira de Grandes Consumidores Industriais de Energia (São Paulo, SP)

Novos padrões
"Um governador e seu vice devem interromper as merecidas férias enquanto seus eleitores afundam numa tragédia, com mortos e desabrigados?
Um embaixador deve abandonar seu posto num momento crítico para o país onde nos representa?
O governo deve torrar zilhões salvando bancos e banqueiros e tramando sua continuidade no poder?
Sim, tudo é aceitável num país onde a moral está a uma distância astronômica dos atos de políticos e de empregados públicos."
Flávio Cavaleiro (Piratininga, SP)
Propaganda enganosa
"O PT foi reprovado nas capitais onde tomou conta de uma prefeitura. A exceção foi Porto Alegre, apesar do governo fraco durante oito anos, sem uma grande obra sequer.
O terceiro mandato prova que os porto-alegrenses são despolitizados.
O povo ainda fica impressionado com medidas demagógicas e eleitoreiras, achando que é suficiente a solução de coisas pequenas ou supérfluas, enquanto os grandes problemas vão tornando a cidade um caos.
O tal de orçamento participativo é a propaganda política mais enganosa já inventada."
Paulo Ricardo da Silva (Porto Alegre, RS)

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