São Paulo, sexta-feira, 24 de janeiro de 1997 |
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PSDB e PFL buscam doações de R$ 1,1 mi LUCAS FIGUEIREDO LUCAS FIGUEIREDO; ABNOR GONDIM
O PSDB e o PFL precisam arrecadar no mínimo R$ 1,1 milhão junto a empresários e entidades sindicais para pagar a campanha de TV pró-reeleição do presidente FHC. O número leva em conta estimativa de arrecadação dos institutos Tancredo Neves, do PFL, e Teotônio Vilela, do PSDB, responsáveis pela veiculação dos anúncios. "Nós ainda vamos pagar a campanha, buscando doações de empresas, pessoas físicas e jurídicas", disse o presidente do Instituto Tancredo Neves, deputado Vilmar Rocha (PFL-GO). Campanha pró-plebiscito A campanha pró-reeleição de FHC terminou anteontem. Segundo Rocha, "se tiver o plebiscito ou referendo, aí sim será uma grande campanha". As duas entidades não divulgam o quanto arrecadam com doações e com a única fonte de renda fixa que têm, que são os repasses do fundo partidário -formado por recursos do Orçamento Geral da União e de multas aplicadas a partidos e candidatos. A entidade ligada ao PFL arrecadou no ano passado R$ 500 mil com repasses do fundo, segundo Rocha. Sobra de caixa O desempenho financeiro da entidade do PSDB é, no máximo, igual ao do PFL, já que os tucanos têm direito a repasse do fundo partidário menor que os peefelistas. Assim, teriam sobrado às duas entidades juntas R$ 280 mil no ano passado. Como os dois institutos divulgam ter gasto R$ 1,4 milhão na campanha, faltaria R$ 1,1 milhão para custear os anúncios. De acordo com o publicitário Mauro Salles, a campanha teria custado ainda mais: R$ 2 milhões. "Quando temos campanhas específicas é que vamos atrás de doadores", disse Rocha. Os institutos têm o objetivo de divulgar a doutrina partidária. Para isso, podem receber doações vedadas aos partidos, como de entidades sindicais. Os partidos não poderiam receber, por exemplo, a doação de R$ 200 mil dada pela Força Sindical para aplicar na campanha publicitária. O artigo 30 da lei 9.096, de 1995, veda doação de "entidade de classe ou sindical" aos partidos. "Os institutos foram usados para eximir o PFL e o PSDB das amarras legais", afirma o deputado Aldo Rebelo (PC do B-SP). Rebelo pediu à Procuradoria Geral Eleitoral para mover ação contra a campanha dos institutos e ao TCU (Tribunal de Contas da União) para checar os gastos da publicidade. Estrutura enxuta A estrutura dos dois institutos é pequena. O Instituto Tancredo Neves, que completa 12 anos de existência, tem somente quatro funcionários e ocupa duas salas no 26º andar do Senado, cedidas pelo partido. "Nossa estrutura é extremamente enxuta", afirmou Rocha. O Instituto Teotônio Vilela, criado há menos de dois anos, ocupa duas salas do PSDB no Senado e conta com dois funcionários. Texto Anterior: O câmbio e os dilemas de 98 Próximo Texto: Governo pede recursos a empresários Índice |
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