São Paulo, sexta-feira, 24 de janeiro de 1997
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Paula chama ex-marido de mentiroso

CRISTINA RIGITANO
DA SUCURSAL DO RIO

Paula Thomaz, 23, ficou indignada com o depoimento de seu ex-marido, Guilherme de Pádua. Anteontem à noite, ela acompanhava os noticiários sobre o julgamento, quando Pádua a acusou novamente de ter matado a atriz Daniella Perez.
Segundo a Folha apurou, ontem de manhã, durante o banho de sol das presas da carceragem feminina da Polinter de Niterói (a 15 km do Rio), Paula criticou o ex-marido e garantiu às sete companheiras de cela que não matou Daniella.
Para Paula, Pádua deveria ir para o manicômio judiciário.
Segundo um plantonista identificado como Castro, Paula disse às presas da Polinter que Pádua é maluco. Ela teria afirmado que nada do que fala é verdade e que ela não tem culpa de nada.
O banho de sol começou por volta das 9h e durou uma hora e meia, como acontece todas terças e quintas. Durante todo o período, Paula não desligou o rádio de pilha, sintonizado numa emissora que transmitia o julgamento.
O policial contou que Paula está atenta a todos os noticiários. De manhã, ela chegou a pedir jornais emprestados aos plantonistas.
Paula leu dois jornais. Ela gostou de reportagens que tratavam Guilherme de Pádua como cínico. Reprovou as reportagens que reproduziam o depoimento dele.
Anteontem, depois que saiu do 1º Tribunal do Júri, Paula Thomaz foi direto para a Polinter, onde ficou assistindo TV até as 21h -horário em que as TVs das celas são desligadas. O rádio já estava ligado e assim permaneceu, até pouco depois das 23h40, quando o julgamento foi suspenso.
"A Paula é tranquila, é muito reservada. Quase não fala. Dificilmente sai da cela", disse Castro.
Segundo uma presa contou ao policial, Paula perdeu a calma quando Pádua a acusou de assassina diante do júri -ela o teria chamado de cretino e mentiroso.
Irritada e ansiosa, Paula teria dito às presas que "mal pregou o olho" durante toda a noite.
Preocupada com as consequências que as declarações do ex-marido possam trazer à causa dela, ontem de manhã Paula telefonou para seu advogado, Carlos Eduardo Machado. Ela pediu a ele que convocasse uma entrevista coletiva para que pudesse contar à imprensa sua versão dos fatos. Mas o advogado não aprovou a idéia.
"Desde 22 de outubro de 96, a Paula está proibida de dar entrevistas. Ela só pode exercer o direito de resposta, que é assegurado pela Constituição Federal. Eu disse isso a ela, mas ela teimou em ligar para o advogado. Ele falou exatamente o que eu tinha dito", disse Castro.

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