São Paulo, sexta-feira, 24 de janeiro de 1997
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Supermercados vão repassar a CPMF

Produtos terão reajuste de 0,33%

DA REPORTAGEM LOCAL; DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Os preços dos produtos comercializados pelos supermercados devem subir 0,33% devido à implantação da CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira), segundo Paulo Afonso Feijó, presidente da Abras (Associação Brasileira de Supermercados). A medida deve levar a uma pequena redução do consumo.
O repasse de 0,33% -maior do que a alíquota da CPMF, que é de 0,20%- é o resultado de uma equação feita pela Abras para que o supermercados não percam dinheiro com o novo tributo. Feijó avisa que a CPMF já está nas planilhas para 97. "Se o supermercado não repassar o imposto, vai perder a rentabilidade", diz.
Para a Abras, os supermercadistas também devem começar a reduzir os prazos dos cheques pré-datados. A associação aposta na tendência da eliminação dessa forma de pagamento.
Mas a Folha verificou que os estabelecimentos que aceitam os pré-datados, como o Sendas, o Sé, o Pão de Açúcar e o Extra, continuarão a trabalhar com esse tipo de crédito enquanto a concorrência também o fizer.
Nos supermercados de menor porte, ao contrário, a tendência é a redução dos prazos e a eliminação gradual dessa forma de pagamento. De acordo com Wilson Tanaka, presidente do Sincovaga (Sindicato do Comércio Varejista de Gêneros Alimentícios), esses estabelecimentos perderam muito com a inadimplência e tiveram dificuldade em administrar seu capital de giro em 96 devido aos pré-datados.
As vendas dos supermercados cresceram 2,6% no ano passado, número já esperado pela Abras. Para 97, estima-se um aumento de 2,5% a 3%.
Entre os produtos que mais cresceram em vendas durante o ano passado, estão os de higiene pessoal, os cereais matinais, as bebidas não-alcoólicas e os perecíveis.
Combustíveis
O ministro Raimundo Brito (Minas e Energia) disse ontem que a Petrobrás não está autorizada a repassar aos seus clientes (distribuidoras) os custos provenientes da aplicação da CPMF nas operações de venda de combustíveis.
"Não vai haver repasse", resumiu Brito, pouco depois do encerramento de cerimônia no Palácio do Planalto na qual foi anunciada a criação do programa Centros de Excelência, em parceria com universidades e entidades privadas.
O programa foi concebido para que as tecnologias desenvolvidas pela Petrobrás tornem referência internacional, como é caso da produção de petróleo em águas profundas. Brito também confirmou que a Petrobrás irá investir na geração de energia elétrica em parceria ou consórcio com empresas privadas de autogeração ou de produção independente.
"Mas ela só o fará para uso próprio, sem autorização de vender energia." A Petrobrás é considerada a maior consumidora individual de energia elétrica do país.

Colaborou a Sucursal de Brasília

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