São Paulo, sábado, 25 de janeiro de 1997 |
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Órgão dá apoio a senadores em viagem
FERNANDO PAULINO NETO
Vez por outra, faz um trabalho de relações públicas ao recepcionar as visitas que chegam ao Brasil a convite do Senado. Recepcionar, carregar a bagagem e transportar os senadores de passagem pelo Rio têm sido as ocupações mais comum de seus 41 funcionários, que ganham em média R$ 3.000. A tarefa é tão comum que o Senadinho mantém uma sala no Aeroporto Internacional. Com a ajuda da senadora Benedita da Silva (PT-RJ), os parlamentares derrubaram em uma votação no plenário, terça-feira passada, a proposta de acabar com o Senadinho. Pior: não quiseram acabar com uma despesa anual de mais de R$ 2 milhões e criaram uma nova despesa de quase R$ 1 milhão. Os senadores aprovaram um aumento salarial para 178 servidores e criaram 35 cargos para jornalistas e 15 para relações públicas. Problemas cardíacos Funcionários do Senadinho continuam apreensivos com a possibilidade de extinção do órgão, mesmo com a votação de terça. A ordem é não dar nenhuma informação sobre seu funcionamento. Segundo os funcionários, que não se identificam por medo de repreensões, o clima de tensão existe desde 1995, quando o projeto começou a tramitar no Senado. Os funcionários não querem se transferir para Brasília por terem a vida estabelecida no Rio. Um deles disse que houve casos de problemas cardíacos por tensão entre os funcionários, enquanto o projeto tramitava. Segundo um assessor do Senado, a extinção da estrutura (funcionários e escritórios) foi mantida no texto aprovado e só foi mantida a representação. Isso permitiria à mesa do Senado decidir o tamanho de sua estrutura no Rio -a briga deve continuar. Coube a funcionários fazer a defesa das funções do Senadinho. O diretor Deusdedit Miranda, procurado por telefone pela Folha entre 11h30 e 15h, não foi encontrado. Às 16h, a informação era que ele já havia ido embora. O Senadinho funciona em um andar do Palácio Itamaraty, no centro do Rio. Três salas funcionam como gabinetes. O prédio foi construído no meio do século passado e abrigava o Ministério das Relações Exteriores quando o Rio era capital da República. Quinta-feira, o senador Ney Suassuna (PMDB-PB), que mora no Rio, utilizou os serviços do malote do Senadinho para enviar documentos ao seu gabinete em Brasília. Também órgãos públicos, como IBGE e BNDES, mandam documentos para senadores em Brasília pelo malote do Senadinho. Lá funciona também um serviço de pesquisa. A representação tem um computador ligado on line com o Prodasen (Serviço de Processamento de Dados do Senado) que foi consultado, no ano passado, por 5.890 pessoas. Números Os números que vêm sendo divulgados são contestados pelos funcionários. Segundo a Folha apurou com um assessor do Senado, os 41 funcionários ganham em média R$ 3.000, o que daria uma despesa mensal de R$ 123 mil. Os funcionários, porém, afirmam que a média salarial é de R$ 2.100. O total da folha de pagamentos, nesse caso, seria de R$ 86,1 mil. As despesas com manutenção, gasolina, material de escritório, vigilância e limpeza seriam de R$ 180 mil mensais. Os funcionários informam que a despesa anual é de R$ 79 mil com combustível, material de escritório e manutenção de equipamentos. Os funcionários dizem que a segurança é feita pelos fuzileiros navais (um fuzileiro montava guarda na porta do prédio na quinta) e as despesas com limpeza, aluguel e luz ficam por conta do Itamaraty. Texto Anterior: TSE pede dados sobre campanha na TV Próximo Texto: Governo e PF divergem sobre inquérito Índice |
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