São Paulo, sábado, 25 de janeiro de 1997
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Governo e PF divergem sobre inquérito

LUCAS FIGUEIREDO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A apuração das irregularidades envolvendo concessões de rádio, emissoras de FM piratas e retransmissoras de televisões educativas abriram divergências entre o Ministério das Comunicações e a Polícia Federal.
Enquanto a Polícia Federal quer aprofundar as investigações, o Ministério das Comunicações pressiona para que o caso seja encerrado rapidamente.
O ministério deseja abrir cerca de 120 editais de rádio e televisão -os primeiros em mais de sete anos-, mas considera-se impedido em razão de ainda estarem em andamento as investigações da Polícia Federal.
Telefonemas
Segundo apurou a Folha, a cúpula da Polícia Federal chegou a receber telefonemas do ministério pedindo que sejam apressadas as apurações das irregularidades iniciadas há pouco mais de um mês.
Para a PF, os trabalhos ainda estão no início e devem se tornar cada vez mais complexos em razão dos indícios de irregularidades já encontrados. A assessoria do ministério disse que não iria comentar o caso.
A Folha vem publicando, desde o mês passado, reportagens sobre a existência de esquemas especializados em obter concessões de serviços de comunicação de forma irregular.
No dia 20 de dezembro, foi revelado a existência de um mercado negro de concessões de rádio que ainda serão objeto de licitação.
Nesta semana, a Folha voltou a publicar reportagens sobre a utilização eleitoreira de rádios piratas e retransmissoras de televisões educativas.
Procuradoria Geral
O procurador-geral da República no Distrito Federal, José Leovegildo, declarou que o Ministério Público vai investigar a utilização eleitoreira de rádios FMs piratas por meio de associações comunitárias de fachada.
"Vamos solicitar informações ao Ministério das Comunicações sobre o trabalho que vem sendo feito para conter esse tipo de operação com as rádios piratas", disse o procurador.
Os deputados federais Jaques Wagner (PT-BA), Tilden Santiago (MG) e Fernando Ferro (PT-PE) requisitaram à Procuradoria a abertura de um inquérito sobre o caso.
Segundo Leovegildo, caberá ao procurador que será destacado para o caso decidir se abre inquérito ou se determina a realização de investigações preliminares para checar a existência das possíveis irregularidades.

Texto Anterior: Órgão dá apoio a senadores em viagem
Próximo Texto: PT busca apoio de Temer
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.