São Paulo, sábado, 25 de janeiro de 1997
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As idas e vindas de Pádua

. 1ª versão - inocente
Após ser avisado do crime por telefone, vai à delegacia, na madrugada do dia 29 de dezembro, para consolar a mãe de Daniella
. 2ª versão - inocente
Depois de analisar a placa do carro, a polícia chega a Pádua e o leva à delegacia. Ali, ele nega o crime até as 12h30
. 3ª versão - culpado
À tarde, Pádua confessa o crime. Diz que Daniella ameaçava contar a Paula um romance inexistente entre os dois. Afirma que conversou com a atriz no local do crime e que ela ameaçou fazer macumba contra ele. Perdendo a paciência, ele lhe deu uma gravata e ela desmaio. Depois, pegou uma tesoura no porta-luvas e a matou
. 4ª versão - mais ou menos culpado
Alguns meses após o crime, Pádua disse que Paula estava no local com ele. Confirmou que deu a gravata e pegou a tesoura. Depois disso, disse ter tido um "branco" e, quando voltou a si, Daniella já estava morta
. 5ª versão - inocente
No livro que escreveu, Pádua diz que deu uma gravata em Daniella para proteger a mulher, Paula, que estava grávida e brigando com ela. Daniella desmaiou e ele foi adulterar as placas do carro. Quando olhou, viu a mulher mordendo os lábios e dando golpes na atriz com um objeto brilhante, que depois percebeu ser uma tesoura
. 6ª versão - inocente
Em entrevista à Folha no ano passado, Pádua confirmou a versão anterior, mas disse que achou que a atriz estivesse morta, quando ela desmaiou. A principal diferença em relação às versões anteriores é que ele alegou que, quando olhou para Paula após adulterar a placa do carro, Paula já havia terminado de dar os golpes
. 7ª versão - inocente
No depoimento ao júri, Pádua praticamente repetiu, com detalhes, a versão do livro. Voltou atrás em relação à entrevista à Folha e disse que viu Paula mordendo os lábios e golpeando Daniella com um instrumento brilhante. Chegou a descrever a expressão do rosto de Paula. Também acrescentou uma possível nova arma do crime, uma chave de fenda, que Paula teria usado além da tesoura
- As falhas na apuração do crime
. Paula Thomaz foi interrogada dentro de um carro da polícia, passando mal e vomitando, e não houve testemunhas da suposta confissão dela
. Uma semana após o crime, os três delegados que cuidavam do caso davam declarações contraditórias, chegando a levar em conta uma suposta ação de magia negra e voltando atrás
. Falsas testemunhas apareceram e tiveram destaque, como uma garota de 14 anos que disse ter visto os dois carros na Barra e que depois foi desmentida
. As fotos do laudo foram tiradas em preto e branco, o que prejudicou o trabalho dos legistas na identificação dos ferimentos

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