São Paulo, sábado, 25 de janeiro de 1997
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Estudante dá palpite sobre condenação

MAURO TAGLIAFERRI
DO ENVIADO AO RIO

Mesmo com os avanços obtidos pela defesa de Guilherme de Pádua, o réu será condenado por seis votos a um. O palpite é cravado por José Astênio Freire, quintanista de direito.
Freire, 32, contou que integrava a lista de jurados na primeira vez em que o julgamento do caso Daniella Perez foi marcado, em 18 de agosto de 1996.
Com o adiamento, o estudante acabou sendo jurado no julgamento do assassinato de uma comissária de bordo e um advogado, em novembro passado. "Os réus foram absolvidos por cinco a dois", contou Freire.
O estudante está acompanhando, no plenário, o julgamento de Guilherme de Pádua. "Estou fazendo um trabalho sobre esse caso para a faculdade e seria muito interessante se eu fosse jurado", disse.
Segundo ele, os jurados devem estar estressados. "Mas o que complica é a pressão da imprensa. Você fica muito tenso. Nesse julgamento, é a sociedade quem está julgando", declarou.
Na opinião de Freire, os jurados não serão unânimes na condenação de Pádua. "Arrisco até um palpite: seis a um." Ele contou que, se estivesse no júri, votaria para condenar o réu.
"Pelo que vi até agora, votaria pela condenação. Mesmo se fosse um caso normal, como todos esses que estão encalhados por aí."
Ele também criticou a montagem do júri. "Colocar alguém que não é bacharel em direito é complicado. São pessoas que julgam pela conduta, não pelo processo."
O plenário do 1º Tribunal do Júri encheu mais cedo ontem do que nos dois dias anteriores. Normalmente, a maior parte das cadeiras reservadas à assistência era tomada a partir do final da tarde.
Lugares vagos
Ontem, às 16h, já havia poucos lugares vagos. Duzentas senhas são distribuídas diariamente.
Pelo menos quatro bancos -para dez pessoas cada- na parte de trás da assistência apresentam sinais de que não resistirão até o final do julgamento. O encosto de cada um cedeu e ameaça desabar.
Os vendedores ambulantes ainda permaneciam no interior do edifício do fórum, mas tiveram de passar a vender alimentos e bebidas do lado de fora do saguão.
(MT)

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