São Paulo, sábado, 25 de janeiro de 1997
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Avó diz esperar que estudo garanta vida melhor à neta

DA AGÊNCIA FOLHA EM RECIFE

Simone, 9, cursa o primeiro grau em escola municipal de Recife
A menina Simone Cristina Viriato de Souza, 9, é aluna da 3ª série e sabe ler e escrever.
Sua avó, Idalice Viriato de Souza, 76, tem esperanças de que, por meio da educação, ela tenha uma vida melhor do que a que a família tem hoje.
"Quem não tem estudo sofre. É preciso estudar para melhorar de vida", disse Idalice à Agência Folha.
A família mora em uma casa simples na comunidade do Bode, periferia da zona sul de Recife (PE), uma das áreas em que a pesquisa do Centro Cultural Luiz Freire foi realizada.
Idalice contou que aprendeu a ler e escrever "quase sozinha", porque os seus pais não queriam que ela estudasse.
"Eles diziam que estudo só servia para a gente escrever carta para o namorado."
Os dois filhos dela, Sílvio Viriato, pai da menina, e Maria das Dores, estudaram até o segundo grau, mas não chegaram a concluir o curso. Ambos estão desempregados.
"Quando você trabalha oito horas por dia, é difícil estudar", disse Maria das Dores.
Seu último emprego, como comerciária, foi há três anos. Para ela, qualquer emprego hoje que pague um salário mínimo "está bom, dá pra aceitar".
Maria das Dores quer que Simone "estude muito" e aprenda uma profissão que lhe permita "viver bem".
Simone estuda na escola municipal Novo Pina, a cem metros de onde mora.
A menina diz que gosta de ler revista em quadrinhos e não pensa ainda no que quer quando crescer.
"Eu só quero que seja uma coisa boa", disse a menina.

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