São Paulo, sábado, 25 de janeiro de 1997
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Pitta pretende regularizar peruas clandestinas

RICARDO FELTRIN; CRISPIM ALVES
DA REPORTAGEM LOCAL

O prefeito Celso Pitta (PPB) afirmou ontem que a prefeitura pretende regulamentar de forma definitiva o serviço de transporte alternativo de perueiros em São Paulo.
Segundo os representantes dos trabalhadores, há cerca de 15 mil perueiros na cidade. Para o Transurb (entidade que representa os donos de empresas de ônibus) há cerca de 5.000.
As duas entidades estimam que existam cerca de 2.000 autolotações em situação legalizada.
Em discurso ontem no Rotary Club, no bairro Higienópolis, Pitta atacou a "clandestinidade" de alguns serviços e defendeu sua regularização, bem como o seu controle, pela prefeitura.
"Há camelôs clandestinos, táxis clandestinos e perueiros clandestinos. Não podemos admitir a continuidade disso", afirmou o prefeito durante almoço oferecido pela direção do Rotary.
Pitta não revelou quando será apresentado um plano para a regulamentação, nem se o Executivo irá enviar projeto à Câmara ou se vai utilizar alguns dos muitos projetos sobre o assunto que já tramitam no Legislativo municipal.
A decisão de regulamentar os perueiros é um dos reflexos da greve no transporte público ocorrida na última quarta-feira.
Perueiros x Transurb
A associação dos transportadores em autolotação apresentou uma proposta ontem à Transurb.
A proposta prevê que os veículos de autolotação (Kombis, Bestas etc.) paguem uma contribuição mensal às empresas -no caso de serviço alternativo nas linhas já feitas pelas empresas de ônibus.
Para Maurício da Cunha, presidente da Transurb, a saída para a questão dos perueiros é definir a necessidade do serviço.
"Onde a prefeitura achar que há falta de transporte haveria a complementação. A prefeitura pode e já está fazendo isso", declarou o presidente da Transurb.
Sobre a proposta dos perueiros, Cunha declarou que "eles estão supondo que as empresas são donas das linhas e que podem negociá-las quando acharem melhor, mas não é bem assim. Isso é ilegal e impossível de ser realizado".
As empresas de ônibus também anunciaram ontem que deixaram arrecadar cerca de R$ 3 milhões com a greve.
(RF e CA)

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