São Paulo, sábado, 25 de janeiro de 1997
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Investimentos foram de US$ 9,4 bi

ALEX RIBEIRO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Os investimentos diretos de empresas estrangeiras no Brasil alcançaram US$ 9,442 bilhões em 96. O dinheiro é destinado principalmente à privatização, instalação de novas fábricas e compras de empresas brasileiras.
O chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Altamir Lopes, disse que o número representa a retomada da confiança dos investidores no Brasil, que havia sido perdida nos anos 80.
Além de servir para impulsionar a atividade econômica, o dinheiro que entra sob a forma de investimentos diretos serve também para cobrir parte do resultado negativo das contas externas.
Nas principais transações do país com o exterior, as despesas superaram as receitas em US$ 24,347 bilhões. Os investimentos diretos cobrem 38,8% desse déficit.
Os investimentos são basicamente o único item das contas externas do país que vem registrando melhoria nos últimos anos.
Em 95, quando também houve um resultado considerado bom, o ingresso foi de US$ 3,928 bilhões. O dinheiro foi suficiente para cobrir 22,1% do déficit em transações correntes daquele ano.
O crescimento dos investimentos se deve, em grande parte, às privatizações, que trouxeram ao país US$ 2,3 bilhões.z
Daqui para diante, o governo aguarda novo crescimento dos investimentos, com as privatizações da Vale do Rio Doce e abertura de oportunidades nas comunicações. Para 97, fala-se de US$ 12 bilhões. Anteontem, o ministro Francisco Dornelles (Indústria, Comércio e Turismo) chegou a estimar o ingresso de investimentos diretos neste ano em US$ 16 bilhões.
Mas os integrantes da equipe econômica começam a avaliar com cautela a onda de investimentos. A primeira constatação é que esses investimentos adicionais devem provocar algum impacto negativo na balança comercial (importações menos exportações).
A segunda constatação é que o ciclo de investimento tende a se esgotar. Num período de três ou quatro anos, as empresas estrangeiras com interesse no mercado brasileiro já terão entrado.
A terceira constatação é que os investimentos feitos hoje vão resultar no futuro em compromissos de remessa de lucros e dividendos ao exterior.

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