São Paulo, sábado, 25 de janeiro de 1997
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Contrapeso

JOSÉ HENRIQUE MARIANTE

Ainda sob os confetes dos lançamentos, a F-1 realizou nesta semana sua primeira bateria séria de testes, em Jerez.
Pela ordem, Berger, Frentzen e Coulthard foram os mais rápidos. Fisichella, com a Jordan, foi a surpresa, ficando à frente de Schumacher, que cumpriu apenas 65% do programa previsto pela Ferrari por causa do motor, do câmbio, do rolamento e sabe-se lá mais o quê.
Barrichello, o melhor tempo entre quem calçou pneus Bridgestone, foi quase meio segundo mais rápido que seu Jordan de 96 pilotado pelo primeiro-irmão. Depois apareceram Nakano, Magnussen e Hill -o campeão sofreu com problemas no software que gerencia o câmbio.
O fiasco da Arrows adiou a estréia de Diniz, que deve ensaiar em Silverstone, na próxima semana, já com o segundo chassi produzido pelo time.
A novela, porém, mal começou. E seria leviano apontar tendências. No máximo, dá para arriscar alguns palpites.
Que Benetton e McLaren devem parecer mais fortes, é o esperado. A dúvida é o quanto isso será aproveitado por seus respectivos pilotos.
Quanto a Schumacher, ele mesmo já adiou a certeza do tricampeonato para 98. A modéstia do discurso denuncia que o alemão ainda crê depender dos resultados da Williams.
Na verdade, Schumacher mostra saber que sua única chance está, ironicamente, nas mãos de seu desafeto Frentzen.
Se o ex-piloto da Sauber não conseguir rivalizar com Villeneuve, o canadense poderá repetir Hill. Mas se Frentzen souber aproveitar a chance, os pontos serão melhor distribuídos, abrindo uma possibilidade para Schumacher. E, mesmo que pequena, se a chance aparecer, o alemão não a desperdiçará.
Nesse cenário, Frentzen não seria apenas a esperança ferrarista, mas de todo o público, que presenciaria um bom campeonato. Repito, porém, que isso é só um palpite.

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