São Paulo, sábado, 25 de janeiro de 1997
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Ro, Ro, Rei

JUCA KFOURI

A melhor coisa da estréia de Túlio no Corinthians foi a atuação extraordinária de Romário, o baixinho cumpridor.
Ele prometeu durante as eliminatórias para a Copa do Mundo de 1994 que, se jogasse, classificaria o Brasil. Não deu outra. Fez os gols da vitória decisiva diante do Uruguai no Maracanã.
Depois, prometeu o tetra. Que veio sob seu comando, eleito então o melhor jogador do mundo.
No ano passado, prometeu que não sairia do Flamengo sem conquistar pelo menos um título. Outra vez cumpriu, mesmo que com a menor das conquistas, a do Campeonato Estadual, que liderou do começo ao fim.
Agora, diz que 1997 marca o retorno ao topo do ranking. Pelo que mostrou na estréia da temporada, cumprirá.
Tomara mesmo.
*
O corintiano que tenha paciência. Mané Garrincha, Vaguinho e Palhinha, para citar apenas três, também tiveram estréias desastrosas.
*
Quem já chegou ao topo foi Ronaldinho, algo tão certo como dois mais dois são quatro.
E pensar que ele era reserva da seleção olímpica brasileira antes do começo dos Jogos de Atlanta...
Que dupla poderemos ter na França se as idiossincrasias de uns e outros não impedirem, não é mesmo?
Angelical Ro-Ro, a dupla Romário e Ronaldinho é o que temos de mais próximo ao que foi a dupla Tostão e Pelé.
*
Na Espanha, em 1982, a violência dos zagueiros impediu que tivéssemos outra dupla dos sonhos, composta por Reinaldo e Zico.
O mineirinho apanhou tanto diante da complacência dos juízes que seus joelhos pediram água, e sua carreira encurtou, impedindo que viesse a ser reconhecido mundialmente como um dos grande gênios da história do futebol.
A lei deve ser igual para todos, bem sabemos. Mas vê-lo submetido ao constrangimento de uma prisão soa como um exagero desnecessário.
Para alguma coisa deve servir o passado de um cidadão, pelo menos como atenuante -ainda mais ao ser julgado não mais pelos senhores do apito.
E o passado de Reinaldo foi de Rei, como cantava o Mineirão.
*
E o julgamento do deputado Marquinho Chedid, hein? Será ainda neste milênio?

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