São Paulo, sábado, 25 de janeiro de 1997
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Cruz Vermelha sai da casa dos reféns

Assistência é abandonada por horas

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

A Cruz Vermelha Internacional suspendeu ontem por algumas horas sua ação humanitária na casa do embaixador japonês em Lima. O local abriga guerrilheiros do Movimento Revolucionário Tupac Amaru (MRTA, de esquerda) e 73 reféns deles. O sequestro começou em 17 de dezembro.
A Cruz Vermelha alega que o governo peruano está rompendo as normas de segurança. O órgão entregou comida aos reféns no final da tarde.
Entre as críticas da Cruz Vermelha estão, por exemplo, o fato de os militares peruanos chegarem muito próximos da casa e sobrevoarem-na de helicóptero.
"Nesse instante o Comitê Internacional da Cruz Vermelha se retirou da residência e não está mais empenhado em seu trabalho humanitário até que se restabeleça uma situação de segurança para seu pessoal", disse Cecile Baux, porta-voz da organização.
Um dos negociadores da Cruz Vermelha, Michael Minnig, passou a tarde discutindo o relaxamento do cerco com as autoridades peruanas. O resultado da negociação não foi divulgado.
A principal atividade dos voluntários da Cruz Vermelha é levar comida para os reféns, que incluem o embaixador japonês, dois ministros peruanos, um irmão do presidente Alberto Fujimori e o embaixador da Bolívia no país, Jorge Gumucio.
Com relação a Gumucio, Michael Minnig disse que não há motivo para preocupação. O diplomata é diabético, e surgiram rumores de que seu estado seria grave. O presidente Fujimori já ameaçou que vai desistir de negociar se algum refém morrer ou ficar ferido dentro da casa.
A principal reivindicação do MRTA é a libertação de seus companheiros presos em cadeias peruanas -condição que Fujimori se recusa em aceitar.

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