São Paulo, sábado, 25 de janeiro de 1997 |
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Estudo avalia níveis de HIV no sêmen
DA REPORTAGEM LOCAL A quantidade do vírus HIV, causador da Aids, no sêmen, em qualquer fase da doença, é até mil vezes maior do que se pensava, anunciaram ontem cientistas da Universidade de Pittsburgh (EUA) na Conferência sobre Retrovírus e Doenças Oportunistas, em Washington.A quantidade de vírus, também chamada carga viral, pode ser quantificada por meio do material genético do vírus, o RNA. Ao contrário da maioria dos seres vivos, o HIV não possui DNA como material genético, e sim RNA. Os cientistas mediram a quantidade de RNA viral no sêmen e em amostras de sangue de 34 homossexuais durante vários estágios da doença. É o primeiro estudo a medir a quantidade de vírus no sêmen por um longo período de tempo. Os resultados mostraram que os níveis do vírus eram entre dez a mil vezes maiores do que se pensava em todos os estágios da doença. Segundo um dos autores da pesquisa, "o estudo mostra que um homem pode transmitir o HIV em qualquer época após a infecção". Os cientistas também constataram que, na maioria dos voluntários estudados, a carga viral no sêmen aumenta à medida que a doença avança. Os cientistas acreditam que uma única linhagem de vírus poderia ter se manifestado no sêmen, mas não no sangue. Eles atribuem o fato a diferenças biológicas entre o líquido seminal e o sangue. Assim, disseram, para prevenir a transmissão sexual do HIV, deveria se estudar uma vacina contra a linhagem de HIV presente no sêmen. O estudo também foi o primeiro a mostrar que o uso de terapias antivirais é capaz de reduzir a quantidade de vírus no sêmen. Os pesquisadores usaram uma combinação de inibidor de protease com inibidor de transcriptase reversa. O inibidor de protease impede o amadurecimento final do vírus dentro da célula, enquanto o inibidor da transcriptase reversa inibe a ação de uma proteína que impede que o vírus "roube" o material genético da célula humana para se multiplicar. Os resultados mostraram que, nos seis pacientes estudados, a carga viral foi reduzida a níveis não detectáveis tanto no sangue como no sêmen. Texto Anterior: Cruz Vermelha sai da casa dos reféns Próximo Texto: Nova droga é apresentada Índice |
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