São Paulo, segunda-feira, 27 de janeiro de 1997 |
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Promotoria crê em pena menor para Paula MÁRIO MOREIRA MÁRIO MOREIRA; FERNANDO PAULINO NETO
Se for considerada culpada, Paula Thomaz, 23, deve receber uma pena menor que seu ex-marido, o ator Guilherme de Pádua, 27, condenado anteontem a 19 anos de prisão pelo assassinato da atriz Daniella Perez, em dezembro de 1992. Paula será julgada por sua suposta participação no crime e não como autora (ou co-autora). A data do julgamento não está marcada, mas o mês provável é abril. A grande probabilidade de Paula ser condenada a uma pena inferior à de Pádua se deve a dois fatores. O primeiro é que os partícipes costumam receber penas um pouco menores que as dos autores dos crimes, segundo o promotor Maurício Assayag, que atua no caso. O segundo é que Paula possui como atenuante o fato de que tinha 19 anos de idade na época do crime -portanto, sem haver atingido a maioridade, que só ocorre aos 21. Isso implica a redução obrigatória da pena, embora o tamanho da redução fique a critério do juiz. A própria Paula espera ser condenada a 16 anos, segundo a Folha apurou junto a pessoas que estiveram com ela no sábado, após o anúncio da sentença de Pádua. Segundo o advogado do ator, Paulo Ramalho, seu cliente esperava receber a pena máxima para homicídio qualificado (com agravantes): 30 anos. Maurício Assayag explicou que Pádua foi, desde o começo, o único acusado de autoria do crime por tê-lo confessado à polícia e por ter, inicialmente, isentado de culpa sua então mulher. Só depois, quando surgiram o depoimento do advogado Hugo da Silveira -que afirma ter visto Paula no local onde foi achado o corpo de Daniella, na noite do crime- e a notícia da suposta confissão de Paula a policiais, assumindo ter matado Daniella, é que ela foi acusada de participação. Assayag disse que a condenação de Guilherme de Pádua dá "conforto" à promotoria em relação ao julgamento de Paula. "Evidentemente, como sustentamos que os dois tramaram tudo, o fato de ele ter sido condenado nos dá expectativa de que ela também será, porque os jurados acataram as provas que exibimos." O advogado de Paula, Carlos Eduardo Machado, tentará mostrar que sua cliente não teve a menor participação no assassinato e que ela estava num shopping na hora do crime. Segundo Maurício Assayag, a decisão de tentar ou não aumentar a pena de Pádua, por meio de recurso, ainda não foi tomada. Isso pode ser feito quinta-feira. Colaborou Fernando Paulino Neto, da Sucursal do Rio. Texto Anterior: Universidade ajuda a desenvolver Pantanal Próximo Texto: Riscos da prolixidade Índice |
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