São Paulo, segunda-feira, 27 de janeiro de 1997 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Estudo vê etiqueta diplomática
DA REPORTAGEM LOCAL Procurar desvendar a utilidade dos rituais de protocolo, cerimonial e etiqueta presentes nas relações diplomáticas entre países. Esse foi o objetivo de Ana Cristina Magalhães de Giácomo Minervino, 48, em sua tese de doutorado.Em "O Brasil vai a Portugal - Um olhar português na ritualidade diplomática brasileira", a pesquisadora estudou as relações diplomáticas entre Brasil e Portugal em dois momento da história. As visitas de dois governantes brasileiros a Portugal -Juscelino Kubitschek de Oliveira e Fernando Henrique Cardoso- estão entre os objetos de análise. Também foi interpretada a cerimônia de entrega de credenciais ao embaixador Itamar Franco, ocorrida em 1995. "A simbologia da ritualidade diplomática, que se manifesta na prática da etiqueta, do cerimonial e do protocolo, é um sistema de códigos originários da França do século 17. Desde então, essa ritualidade tem sido uma forma de visibilidade do Estado", diz Ana. A academia, as Forças Armadas e o clero também se utilizam desses rituais, mas essas instituições são fechadas para o mundo. Por outro lado, as cerimônias diplomáticas são vistas pela população. A visita de um chefe de Estado a outro país e a entrega de credenciais a embaixadores são as que mais se destacam. Segundo a autora, a função desses rituais é "dar um distanciamento entre as pessoas para que as hierarquias sejam estabelecidas". A tese também analisa o apogeu da etiqueta do Antigo Regime, na França de Luís 14, e seu modelo para o mundo ocidental, que continua a exercer influência sobre rituais diplomáticos até hoje. "É possível ver o poder nesses procedimentos", diagnostica a autora da tese. Texto Anterior: Escola islâmica recebe dinheiro do governo Próximo Texto: No caminho certo Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |