São Paulo, segunda-feira, 27 de janeiro de 1997
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Freundlich é o 'queridinho' em Sundance

ADRIANE GRAU
DA ENVIADA ESPECIAL

Apontado como o "queridinho" do Sundance Film Festival deste ano, o diretor estreante Bart Freundlich lembra vagamente Edward Burns.
Só que, ao contrário do diretor de "Os Irmãos MacMullen" e "She's the One", Freundlich não teve de pegar dinheiro dos pais para fazer seu filme "The Myth of Fingerprints".
Com o roteiro na mão, ele conseguiu US$ 1,5 milhão da Sony Classics após ter atraído Julianne Moore e Noah Wyle para os papéis principais.
A história da família que se reúne para a ceia do "Thanksgiving" (Ação de Graças) na casa dos pais, no interior do Maine (EUA), para se afundar num mar de desconexões e relações fragmentadas não foi, segundo Freundlich, baseado em sua própria experiência.
"Cresci em Manhattan e só tenho um irmão", explica ele, que concedeu entrevista à Folha durante o Sundance Film Festival.
*
Folha - O roteiro de "The Myth of Fingerprints" valoriza muito mais sentimentos que ações. Teria isso surgido de suas experiências?
Bart Freundlich - Na verdade, iniciei o roteiro para ver se conseguia pôr no papel três cenas de sexo e se conseguia lidar com aquelas palavras. Aí foram surgindo as cenas e os personagens.
Folha - Não surgiu como um filme?
Freundlich - Não. No começo, eu só queria escrever, tinha essa necessidade. Demorei três anos para transformar tudo em um roteiro e entregar para a Sony.
Folha - Já descobriu por que quis explorar um tema tão doloroso, de uma família caindo aos pedaços?
Freundlich - Estamos todos sozinhos, de qualquer forma. O título 'O Mito das Impressões Digitais' surgiu da percepção que as pessoas da mesma família têm sobre suas identidades.
Elas se sentem obrigadas a ter uma ligação, mas a vida lhes traz interesses diferentes que forçam separações.
Folha - Você lembra fisicamente Edward Burns, explora a temática familiar e também namora a atriz principal de seu filme. O que mais tem em comum com ele?
Freundlich - Eu conheço o Ed e não acho que somos parecidos. Só sei que ele era ajudante de garçon e eu era porteiro de hotel em Nova York.
Folha - O elenco tem veteranos e atores famosos. Como lidou com eles?
Freundlich - Tive sorte. Eles têm muito mais experiência do que eu e me ajudaram a enriquecer os personagens. O Noah Wyle até investiu dinheiro na produção do filme.
(AG)

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