São Paulo, sexta-feira, 31 de janeiro de 1997
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SP tem 17 das 20 cidades com mais HIV

DANIELA FALCÃO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O Estado de São Paulo concentra 17 dos 20 municípios com maior incidência de Aids no país, segundo o último boletim epidemiológico do Ministério da Saúde.
O boletim traz a relação dos casos notificados da doença até novembro de 1996. No boletim anterior, com casos notificados até agosto, havia 15 municípios paulistas entre os 20 com maior incidência.
Para calcular a incidência da doença, o ministério divide o número absoluto de casos de Aids pelo total da população.
O município de Itajaí (SC) lidera o ranking com 545,1 casos em cada 100 mil habitantes. Santos (SP) passou para a vice-liderança nacional, com 483,8 casos em cada 100 mil habitantes. No boletim anterior, o balneário paulista era o terceiro, com 462,8 casos.
Depois de Santos, as cidades paulistas com maior incidência são São José do Rio Preto (389,8), Ribeirão Preto (381,3), Bebedouro (373,8) e Catanduva (322,5).
Segundo Pedro Chequer, coordenador do Programa Nacional de DST/Aids, os esforços que vêm sendo feitos pelo governo federal e pelas prefeituras das cidades que lideram o ranking para diminuir a contaminação pelo HIV só serão percebidos em cinco ou seis anos.
Isso porque a maioria das pessoas que estão com Aids hoje contraiu o vírus no início da década.
"Apesar de o trabalho de prevenção desenvolvido em Santos ser considerado modelo pelo ministério, a incidência de Aids no município pode continuar aumentando", afirmou.
Aumento regional
O maior crescimento da epidemia no Estado de São Paulo ocorreu nas regiões norte, oeste e leste. "Desde 1993, as áreas mais atingidas vêm sendo o Vale do Paraíba, a região de Campinas, Ribeirão Preto e o litoral norte.
Os municípios do sul de São Paulo apresentam a menor incidência do Estado.
Segundo Chequer, por ser uma região mais pobre e menos densamente povoada, os fatores de risco, como uso de drogas injetáveis, são menores no sul do Estado.
Mulheres
A proporção de casos registrados entre homens e mulheres paulistas não se altera desde o início de 1996. Em 1985, havia 44 homens com Aids para cada mulher doente. No ano passado, a proporção caiu para 3 por 1 -semelhante ao que ocorre no resto do país.
As principais formas de contaminação das mulheres paulistas entre 1990 e 1996 foram relações heterossexuais (46,1%), uso de drogas injetáveis (15,8%), relações heterossexuais associadas ao uso de drogas (8,5%) e transfusão sanguínea (2,8%).

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