São Paulo, sexta-feira, 31 de janeiro de 1997
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Especialista prevê 'asianização do mundo'

CLÓVIS ROSSI
DO ENVIADO ESPECIAL

John Naisbitt, o maior guru mundial sobre tendências, avisa: o mundo caminha para o que ele chama de "asianização".
É um neologismo para designar o que Naisbitt considera a principal tendência planetária para o século 21: "A globalização será o fenômeno dominante do século 21 e a Ásia é o continente do século 21".
Naisbitt, autor de um punhado de livros com títulos imponentes ("Megatendências" ou "Megatendências 2000"), era o óbvio nome para falar, no fórum, sobre as tendências para o próximo século.
Acabou fazendo uma apologia da Ásia, embora tenha dado carona nela à América Latina. Incluiu este subcontinente entre as duas regiões mais dinâmicas do mundo para o século que se aproxima. Ao lado, claro, da Ásia.
Mas, assim mesmo, a América Latina será dinâmica porque, segundo Naisbitt, está criando vínculos com a Ásia.
Antes mesmo de o século 21 chegar, Naisbitt, membro do Instituto de Estudos Internacionais e Estratégicos da Malásia, já acha que "o Ocidente necessita mais do Oriente do que o Oriente do Ocidente".
Chegou a ver no "tremendo" interesse ocidental pelas religiões e medicina orientais como visão de uma futura dominação "cultural, política e econômica" da Ásia.
Naisbitt citou, durante a sessão, um dado de fato impressionante sobre o poderio asiático, ou, mais especificamente, chinês.
Disse que a terceira maior economia do mundo, após EUA e Japão, não é a alemã mas a formada pela rede de negócios que os chineses que não residem na China mantêm espalhada pelo mundo.
Outro dado grandiloquente, este relativo aos indianos (também asiáticos, claro): os negócios mantidos pelos 10 milhões de indianos que vivem fora da Índia geram anualmente cerca de US$ 360 bilhões, quase o mesmo que a riqueza produzida pelos 900 milhões de indianos que não deixaram o país.
São cifras para embasar a teoria de Naisbitt de que o futuro será desse tipo de redes (étnicas, de gênero ou de outro tipo de interesse comum). Com o que o Estado-Nação não desaparecerá, "mas perderá importância".
Tanto que, segundo ele, até o G-7, o clube dos sete países mais ricos, "será irrelevante".
(CR)

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