São Paulo, sexta-feira, 31 de janeiro de 1997
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Atletas estudam seguro contra rivais

JOÃO CARLOS ASSUMPÇÃO
DA REPORTAGEM LOCAL

Os Sindicatos de Atletas Profissionais de São Paulo e Rio estudam pedir a criação de seguros contra terceiros para jogadores.
Um zagueiro que machucar um atacante e tiver o seguro poderá utilizá-lo para pagar despesas médicas do contundido, além de diárias referentes ao número de dias em que ficar fora dos campos.
Para que o seguro possa ser pago, porém, uma comissão deverá concluir que não houve intenção de machucar o adversário.
A idéia é aproveitar a onda do "politicamente correto", implantada no Torneio Rio-São Paulo, que pune o infrator concedendo tiro livre direto ao adversário a partir da 15ª falta sofrida, no lobby para implantar a medida.
O seguro contra terceiros para jogadores só poderá ser aprovado com autorização do IRB (Instituto de Resseguros do Brasil). "Os técnicos do IRB estudam a proposta e optam pelo deferimento ou não", explica Rosendo Garcia Cunha, produtor da corretora Saval.
Retomada
Em 1996, o Sindicato de São Paulo, presidido por Rinaldo Martorelli, fez uma campanha para segurar jogadores de futebol do Estado.
O seguro, criado pela AGF Brasil, empresa brasileira controlada pela AGF francesa, cobria desde períodos de inatividade por acidente ou doença até afastamento definitivo. Até o fim de 96, cerca de 80 atletas aderiram à campanha.
Como o número de segurados foi considerado pequeno, Martorelli deve realizar novas palestras nos clubes em 1997, aproveitando o início da temporada, para atrair mais jogadores.
Um dos que fez seguro foi o lateral-esquerdo Silvinho, do Corinthians. "Decidi em agosto, quando o Valdyr Espinosa era o técnico, depois de uma palestra do sindicato", afirmou. "Acho importante a retomada da campanha, principalmente no interior."
Caso Dener
Em 1994, quando morreu o atacante Dener, o clube iniciou batalha judicial com o Vasco, que o havia emprestado da Portuguesa, mas não fizera seguro.
"O processo deve terminar em dois meses", disse o presidente Manuel Pacheco. "O Vasco quer levar o caso para Brasília e adiar o desfecho ao máximo porque sabe que, quando ganharmos a indenização, seus conselheiros tentarão derrubar o presidente Calçada."
A Portuguesa pede R$ 4,3 milhões de indenização ao time carioca. A família de Dener move outro processo paralelo.
Mas não foi só com o Vasco que o clube teve problema. A diretoria ameaça processar o Corinthians se o atacante Tiba, contundido enquanto estava no clube de Parque São Jorge, não tiver mais condições de jogo. "Ele foi operado sem conhecimento de nossos médicos, e eu o quero 100%", diz Pacheco.

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