São Paulo, sexta-feira, 31 de janeiro de 1997 |
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LÚCIO RIBEIRO
Primeiro para resgatar um gênero do hoje adormecido cinema de horror que foi sucesso de bilheterias e entupiu de adolescentes as locadoras de vídeo nos anos 80. E ainda para devolver a alcunha de "mestre da arte de dar sustos" a Craven, o criador de coisas como o medonho Freddy Krueger e seu "A Hora do Pesadelo". Foram Freddy Krueger, Jason, os demônios de Sam Raimi, o cabeça-de-pregos de Clive Barker que romperam com a estética do terror clássico "adulto" dos anos 60 para lavar com sangue as telas na década passada. Sem nenhuma preocupação com "histórias para pensar", esse horror moderno promoveu ao estrelato máscaras de monstros e serras elétricas, para fazer de adolescentes sua vítima e seu público prediletos (veja quadro abaixo). Exatamente nessa linha, Wes Craven com maestria usa seu "Pânico" como instrumento da ressurreição das trevas do horror moderno, ao mesmo tempo que presta tributo ao gênero com citações que servem de condução da trama. Em "Pânico", cujas bilheterias ultrapassavam os US$ 50 milhões em quatro semanas em cartaz nos EUA, Craven bota as beldades Drew Barrymore, Neve Campbell (da série de TV "O Quinteto") e Courteney Cox (de "Friends") em uma cidadezinha assolada por uma série de crimes hediondos. Os assassinatos recaem sobre jovens fanáticos por filmes de horror e seguem a fórmula "quem será o próximo a morrer?" de filmes como "Halloween", "A Morte do Demônio", bastante citados. As vítimas só sobreviverão se respeitarem as seguintes regras ditadas pelo terror dos 80 reincarnado: não atenda à porta, não se esconda no armário; não ande de costas na casa; não pergunte "Quem está aí?"; e nunca, sobre hipótese nenhuma, dê um grito. Bem-vindo de volta ao terror dos 80. Isso não dá calafrios? Filme: Pânico Direção: Wes Craven Produção: EUA, 1996 Com: Drew Barrymore, Neve Campbell, Courteney Cox e David Arquette Quando: A partir de hoje nos cines Bristol, Iguatemi 1 e circuito LEIA MAIS sobre as estréias de cinema às págs. 4-7 e 4-12 Texto Anterior: Os melhores intérpretes de Schubert Próximo Texto: "Ofereço o medo que já senti" Índice |
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