São Paulo, sexta-feira, 31 de janeiro de 1997
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Malle abraça o teatro

MARCELO REZENDE
DA REPORTAGEM LOCAL

Em seu último trabalho, o diretor francês Louis Malle preferiu a ousadia no lugar da segurança em "Tio Vanya em Nova York" (Multishow, 22h30).
Baseado em um uma peça do dramaturgo russo Anton Tchecov, retrabalhada pelo americano David Mamet, "Tio Vania" incorpora a própria encenação em seu tema.
Quando assistimos a história das paixões motivadas por uma mulher casada com um respeitável intelectual, em momento algum nos é oferecido um disfarce: Malle não filma um enredo. Filma, na verdade, a encenação de uma peça.
Acompanhamos os atores que chegam ao teatro, os cafés e as conversas que acontecem antes que suas próprias personalidades desapareçam para que possam, finalmente, assumir seus papéis.
Malle faz do cinema o veículo que é capaz de chegar mais perto do que existe no palco.
E consegue mais: nesse desdobramento de realidades incorpora, de maneira sutil, o cinema na função de mais um elemento.
Malle assumi então, no fim, toda a sua grandeza.
(MR)

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