São Paulo, sexta-feira, 31 de janeiro de 1997
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Com cinzas no rio, Gandhi pode ter alma purificada

HÉLIO SCHWARTSMAN
DA EQUIPE DE ARTICULISTAS

Os hinduístas acreditam no princípio de que todos os seres estão, em tese, condenados a inumeráveis renascimentos. Essa espécie de "vida eterna" ("samsara", em sânscrito) é vista, não como uma bênção, mas uma maldição. O "karman" da pessoa (uma espécie de balanço moral de suas ações) determina o estado em que deverá renascer, que pode ser o de um homem próximo à santidade ou um verme terrestre.
O desejável para um hinduísta é a "moksa", um tipo de emancipação final, uma união com o universo, sem mais renascimentos. As formas de atingir a "moksa" são múltiplas e variam de região para região (o hinduísmo é uma religião bastante multifacetada). Atingir a santidade é garantia de "moksa". Ter suas cinzas atiradas ao rio Ganges também ajuda. Outro meio é morrer pronunciando o monossílabo "om" (uma referência ao deus Brahma, de largo emprego religioso).
Essa preocupação de atingir a "moksa" ou pelo menos garantir uma existência razoável na próxima encarnação torna o hinduísmo a religião que provavelmente mais importância dá aos rituais fúnebres às vezes extremamente complexos.

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