São Paulo, sexta-feira, 31 de janeiro de 1997
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Ultra-som ajuda a tratar leucemias

DA REPORTAGEM LOCAL

O ultra-som ajuda a matar células anormais do sangue em pessoas que sofrem de leucemia.
Pesquisadores japoneses constataram que, com o auxílio de drogas fotossensíveis, as ondas sonoras liquidaram as células cancerosas e podem substituir a luz nesse tipo de tratamento.
O experimento de Katsuro Tachibana e equipe, da Faculdade de Medicina da Universidade de Fukuoka (Japão), foi realizado em laboratório.
Os resultados da pesquisa serão publicados na edição de amanhã da revista médica britânica "The Lancet".
Tachibana adicionou drogas fotossensíveis (que reagem à luz ou outra forma de radiação) a amostras de sangue colhidas de oito pacientes com leucemia (no caso, linfoma das células T) e de pacientes saudáveis, para efetuar a comparação dos resultados.
Os pesquisadores então submeteram a amostra ao ultra-som durante um minuto (o ultra-som é uma vibração sonora de frequência muito alta, inaudível para o ouvido humano).
Depois do experimento foi observado que, nas amostras com drogas fotossensíveis submetidas ao ultra-som, restaram menos células leucêmicas vivas do que na amostra submetida apenas ao ultra-som.
Nas amostras obtidas em pessoas saudáveis não houve diferença na contagem de células antes e depois do experimento.
As leucemias são doenças das células do sangue, das vermelhas e brancas (células de defesa). No caso pesquisado por Tachibana foram tratadas amostras de sangue com multiplicação anormal das células de defesa -leucócitos- T.
Alguns tipos de leucemia se caracterizam pela multiplicação anormal de vários tipos de células de defesa, outras provocam a proliferação de células do sangue não maduras (que não se desenvolvem o suficiente para assumir sua função no organismo).
A multiplicação anormal, ou o não amadurecimento, das células do sangue pode causar anemia, infecções e danos a diversos órgãos.
O experimento de Tachibana procurava descobrir se o ultra-som poderia substituir a luz na ativação das drogas. Segundo os pesquisadores, é mais fácil tratar grandes volumes de sangue com o som, além de ser mais rápido.

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