São Paulo, quinta-feira, 2 de outubro de 1997
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

glossário

Bizantino
Começa a se desenvolver no século 4 d.C., com a fundação do Império Romano do Oriente, e adquire maturidade no século 6. Estilo religioso, suas figuras são estáticas, claramente definidas e representadas de frente, para ressaltar sua imponência e divindade. Decaiu após a queda de Constantinopla (1453).

Pintura à têmpera
Técnica usada entre os séculos 12 e 16. Os pintores elaboravam suas tintas por meio da mistura de pigmentos em pó com água e uma substância aglutinante (clara de ovo, goma, cola), que fixa a cor no suporte.

Renascimento
Começa a surgir durante a crise feudal no século 14 e se estende até o século 16. Propunha um "renascimento" da cultura clássica (greco-romana). Caracteriza-se pelo uso da perspectiva linear na representação dos objetos. As figuras ganham profundidade e dinamismo, mas permanecem equilibradas e harmônicas. A pintura de cavalete começa a se difundir, juntamente com o retrato. Seus expoentes são Leonardo, Michelangelo e Rafael.

Pintura a óleo
Técnica aperfeiçoada no século 16, quando se difunde. Pigmentos em pó são misturados com óleo de linhaça ou nozes. A tinta, viscosa, é fácil de ser misturada e manuseada. A tinta industrial (em tubo) surge no século 19, permitindo a pintura ao ar livre.

Maneirismo
Desenvolve-se no século 16 e início do século 17. Aparece na obra tardia de Michelangelo e adquire maturidade com Tintoretto. As figuras sofrem deformações e ganham mais movimento. Cores artificiais e fortes contrastes criam atmosferas fantásticas, usadas para representar temas religiosos e mitológicos.

Barroco
Surge no século 17, durante a reação religiosa (Contra-Reforma católica) e política (absolutismo) para conter a decadência do feudalismo. Os pintores acentuam o uso dos contrastes de claro e escuro, cheio e vazio, conferindo dramatismo aos quadros. O equilíbrio renascentista cede lugar à desproporção. O estilo dissolve-se no século 18.

Escola holandesa
Desenvolve-se no século 17, acompanhando o florescimento econômico da Holanda. Durante sua luta para conquistar e manter sua independência, os holandeses acabaram valorizando até os objetos mais simples -daí a difusão da natureza-morta. Os burgueses holandeses também favoreceram o desenvolvimento do retrato. Seus maiores representantes são Hals, Rembrandt e Vermeer.

Romantismo
Surge no final do século 18, em reação ao neoclassicismo. Valoriza a subjetividade em detrimento do mundo. Arte hostil à sociedade industrial, rejeita os temas urbanos, valorizando a natureza (daí a difusão das paisagens) e assuntos distantes no tempo (temas mitológicos) e no espaço (cenas do Oriente).

Impressionismo
Aparece após 1860. Integrado por Monet, Manet, Renoir e Degas, entre outros. Prioriza a representação das impressões subjetivas diante das coisas. A paisagem é o gênero predominante. Para capturar os efeitos da luz ao ar livre, os quadros eram feitos com rapidez. A última mostra do grupo foi em 1886.

Fauvismo
Movimento surgido em 1905, com uma exposição no Salão de Outono, em Paris. Seus integrantes (Matisse, Derain) foram chamados de "fauves" (feras) porque suas obras usam cores agressivas. Caracteriza-se pela rejeição da perspectiva linear e o uso de cores puras para produzir fortes efeitos emocionais.

Expressionismo
Movimento que se cristaliza em 1905, mas cujas origens remontam a Van Gogh. Recorre a distorções de forma e cor para expressar as emoções e revelar a essência do objeto representado. Seus principais integrantes: Munch, Kirchner, e Grosz.

Cubismo
Criado por Picasso e Braque a partir de 1907, o estilo abandona completamente a perspectiva, procurando representar o objeto não como ele aparece, mas como ele é. Mostra as diversas faces da coisa ao mesmo tempo, numa montagem. Na primeira fase (analítica), predominam formas geométricas; na segunda fase (sintética), pedaços de jornal passam a ser colados ao quadro.

Dadaísmo
Fundado em 1915, durante a Primeira Guerra, consistiu num movimento de revolta contra o conformismo. Procurava chocar e ofender o público conivente com os valores tradicionais. Enfatizou o irracionalismo e o absurdo como fundamentos da criação artística. Nas artes plásticas, sua principal contribuição foi o ready-made -objeto do cotidiano, como um urinol, transformado em arte. Seus representantes são Tzara, Arp, Duchamp e Picabia.

Surrealismo
Herdeiro do dadaísmo, surgiu na década de 1920. Enfatizou os fatores inconscientes na criação artística, daí a valorização dos sonhos, do bizarro, do fantástico. Alguns artistas (Miró, Ernst) usavam técnicas espontâneas para romper os controles conscientes. Outros (Magritte, Dalí) criavam imagens trabalhadas, sem sentido racional.

Muralismo
Movimento surgido após a Revolução Mexicana (1910-1917), era integrado por Siqueiros, Orozco e Rivera. Influenciados pelo expressionismo, pintavam figuras épicas em grandes muros, para facilitar sua difusão popular.

Modernismo
Lançado na Semana de Arte Moderna de 1922, recorria ao expressionismo para tratar de temas nacionais (mulatas, festas populares). Provocou escândalo no início, mas acabaria como uma espécie de arte oficial. Principais integrantes: Tarsila, Di Cavalcanti e Portinari.

Pop art
Surge nos Estados Unidos no final da década de 1950 e se estende até os anos 70. Herdeira do dadaísmo, a pop art explora temas do cotidiano (publicidade, quadrinhos). Principais nomes: Warhol e Lichtenstein.

Texto Anterior: Cândido Portinari
Próximo Texto: Autenticidade de obras é questionada
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.