São Paulo, sexta-feira, 3 de outubro de 1997
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Acusações têm três apurações

AURELIANO BIANCARELLI
DA REPORTAGEM LOCAL

As denúncias envolvendo a qualidade e um suposto "mercado" do sangue devem ser objeto de pelos menos três investigações separadas -uma por parte do Ministério da Saúde e duas outras pela Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão.
Um dos inquéritos, iniciado pela Procuradoria Regional do Rio de Janeiro, partiu de um dossiê anônimo que há quatro meses vem sendo distribuído em bancos de sangue no eixo Rio-São Paulo. O dossiê acusa Dalton Chamone, que ocupa a função de coordenador de Sangue e Hemoderivados do Ministério da Saúde, de legislar em causa própria e de amigos.
Um outro dossiê, este encaminhado pelo próprio Chamone, originou o inquérito conduzido pela Procuradoria da República em São Paulo. Na representação, Chamone diz que as ações de vigilância do sangue foram paralisadas, o que poderia provocar pelo menos 40 mil contaminações ao longo de um ano, entre elas 434 por HIV.
Chamone teria se defendido das primeiras acusações ainda em maio passado. Quanto às suspeitas que ele levantou, a atual direção da Vigilância Sanitária diz que espera provas de sua parte.
Ao Ministério da Saúde caberá a tarefa mais árdua: além de investigar as suspeitas que estão no ar, terá de provar que o sangue no Brasil é seguro.
Três dias depois de os dossiês virem à tona, a população ainda não tem razões para se tranquilizar.

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