São Paulo, sexta-feira, 3 de outubro de 1997
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Inquérito sobre bomba será devolvido

CRISPIM ALVES
DA REPORTAGEM LOCAL

A Procuradoria da República em São Paulo deve devolver à Polícia Federal na próxima semana o inquérito sobre a explosão no Fokker-100 da TAM.
Os dois procuradores que analisam o caso, Paulo Taubemblat e Pedro Barbosa Pereira Neto, vão solicitar complementação dos exames periciais para tentar eliminar as divergências entre os laudos do Secrim (Serviço de Criminalística), da PF, e do IC (Instituto de Criminalística), da Polícia Civil.
A explosão, ocorrida no dia 9 de julho, provocou a morte do engenheiro Fernando Caldeira de Moura, jogado para fora do avião a uma altitude de 2.400 metros.
A PF concluiu que o responsável pelo atentado foi o professor Leonardo Teodoro de Castro, um dos passageiros do avião.
Tanto o Secrim como o IC concluíram que a explosão no avião foi provocada por uma bomba, mas divergem com relação às substâncias utilizadas para fabricar o artefato.
Isso pode enfraquecer as provas que a PF diz ter contra o professor -a maioria delas relacionadas a resíduos da bomba encontrados em pertences do suspeito.
Para o IC, a bomba, considerada sofisticada, era feita de nitrato de amônia e foi acionada por um detonador de stifinato de chumbo.
A PF, no entanto, sustenta que a bomba era de fabricação rudimentar e foi feita de nitrato de potássio, enxofre e nitrato de amônio.
Resíduos desses elementos, segundo a PF, foram encontrados em uma luva e em uma pasta que pertenceriam a Castro. A luva estaria em seu apartamento, o que indicaria que a bomba foi feita lá.
"Queremos afastar qualquer tipo de dúvida", declarou Pereira Neto. Na próxima segunda-feira, os dois procuradores se reúnem com os delegados do caso.
"Sabia que o inquérito iria retornar", afirmou Pedro Sarzi Júnior, que presidiu as investigações. Segundo ele, a PF tem elementos para comprovar suas perícias. O IC afirma o mesmo.
Leonardo Teodoro de Castro continua internando em estado grave na UTI do Hospital São Paulo. Ele foi atropelado por um ônibus um dia após a PF revistar seu apartamento.

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