São Paulo, domingo, 5 de outubro de 1997 |
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Oposição busca 4 votos para afastar Vieira
FÁBIO ZANINI
A oposição precisa conquistar mais quatro votos para atingir o quórum de dois terços (27 deputados) necessário para afastar temporariamente o governador. Outros 11 parlamentares, do PMDB, votarão contra o prosseguimento do processo. Quatro deputados do PFL (César Souza, Ciro Roza, Onofre Agostini e Wilson Wan-Dall), um do PDT (Jaime Mantelli) e um do PSDB (Jorginho Melo) não quiseram revelar seus votos, dizendo que só vão fazê-lo na hora da votação, marcada para terça-feira. Na primeira votação, em 30 de junho, eles manifestaram-se a favor do impeachment. O placar foi de 29 votos a 11, o que possibilitou a abertura do processo. Desde então, sofreram intenso assédio do governo e têm dado sinais de apoio ao governador. Protestaram, por exemplo, contra a decisão do plenário que dispensou os depoimentos das testemunhas de defesa de Vieira. Se, na segunda votação, pelo menos três destes seis parlamentares apoiarem o governo, abstiverem-se ou não comparecerem à sessão em que será votado o afastamento, Vieira estará livre. Um dos deputados mais assediados é o ex-relator Jaime Mantelli que, em seu parecer de junho, pediu a condenação do governador. Logo após a votação, o deputado foi favorecido com um aumento salarial dado pelo governo à PM, sua maior base eleitoral. Além disso, teve participação na indicação do atual secretário de Fazenda, Nelson Wedekin, que foi senador por seu partido, o PDT. Já o deputado Jorginho Melo (PSDB) tem ligações políticas com a diretoria do Besc (o banco estadual), também nomeada logo depois da primeira votação. A exemplo de Mantelli, Melo declarou que só vai revelar sua posição na hora da votação, o que aumenta a desconfiança da oposição. PFL No PFL, a resistência ao impeachment é maior, já que o partido fez parte do primeiro escalão do governo até o início deste ano. Existe uma diretriz partidária, de junho, que obriga os oito deputados da bancada a apoiar o impeachment. Os quatro pefelistas que não revelam o voto querem rever a diretriz, alegando que ela está "prejudicada", pois a defesa de Vieira teria sido cerceada. A bancada se reúne na segunda-feira para tentar um consenso. Se o voto da bancada for liberado, Vieira já poderá comemorar. Sinal verde Confiante no arquivamento do processo de impeachment, Vieira deu sinal verde à "tropa de choque" na Assembléia para que deixe a votação ocorrer o mais rápido possível. A votação não deve ser obstruída pelos 11 peemedebistas. "Vamos para a disputa em plenário para arquivar de uma vez esse processo. Não há motivo para mais atraso", afirma o deputado Herneus de Nadal (PMDB), líder do governo na Assembléia. Em caso de derrota no plenário, Vieira ainda terá uma "carta na manga". Assim como na primeira votação, em junho, seus advogados poderão recorrer ao STF (Supremo Tribunal Federal), pedindo a anulação do processo porque as testemunhas de defesa do governador foram rejeitadas pelo plenário da Assembléia. Texto Anterior: O sucesso da reforma da saúde; Tunga na Saúde; CURSO MADAME NATASHA DE PIANO E PORTUGUÊS; Lichtenstein; Três bons livros sobre Canudos; A FAB está atrapalhando a vida da TAM; Warren Buffett Próximo Texto: O placar do impeachment em SC Índice |
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