São Paulo, domingo, 5 de outubro de 1997 |
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Proteção a brinquedos zera o estoque
FÁTIMA FERNANDES
A proteção veio na forma de uma alíquota de 63% para importação de brinquedos, que fez despencar a entrada de produtos estrangeiros. Cerca de 70 milhões de brinquedos acabam de chegar às lojas para ser vendidos nesta semana. Esse volume é 25% maior do que o de igual período do ano passado, informa a Abrinq, que reúne 318 indústrias nacionais. Menos importados Com a sobretaxa para a importação, o espaço ocupado pelos brinquedos estrangeiros nas prateleiras diminuiu em torno de 50% neste ano. "Chegou a vez do produto nacional, depois de enfrentar a invasão dos chineses e o boom de vendas de eletroeletrônicos", afirma Synésio Batista da Costa, presidente da Abrinq. A Estrela despejou no comércio para o Dia da Criança um volume de brinquedos 40% maior do que o do ano passado. O faturamento da empresa aumentou 25% no período, informa Carlos Tilkian, diretor-presidente. Esse crescimento, diz, foi possível não só em razão da proteção à indústria, mas pelo fato de a empresa ter passado por um processo de reestruturação, o que proporcionou uma queda de 45% nos preços dos produtos de 95 para 96. Neste ano, diz Carlos Tilkian, a Estrela conseguiu baixar mais 5%, em média, os preços dos seus brinquedos. Isso porque decidiu ampliar uma linha de produtos que custam até R$ 10. Outras grandes indústrias também tiveram bons resultados com o Dia da Criança. A Grow faturou 25% a mais do que no ano passado; a Elka, 20%; a Rosita, 25%; a Lego, 35%; e a Baby Brink, 15%. Preço da festa A festa da indústria de brinquedo teve um preço, acertado no final do ano passado. O compromisso é, até o ano 2000, investir US$ 335 milhões, aumentar em 22% a capacidade produtiva, empregar 22 mil pessoas -hoje há 15 mil funcionários- e reduzir os preços. Os benefícios são decrescentes. Até o ano 2000, a alíquota de importação deve cair para 20%. A idéia é que os fabricantes aproveitem a oportunidade para se tornar mais competitivos. Informe adiado Pelo acordo feito com o governo, os fabricantes devem informar semestralmente os seus resultados. A Folha apurou junto à Secex (Secretaria de Comércio Exterior) que o grupo que acompanha o setor ainda não tem posição final sobre o desempenho referente ao primeiro semestre deste ano. O que a indústria está solicitando informalmente ao governo é que a avaliação do cumprimento do acordo seja feita no final do ano, já que grande parte da venda de brinquedos é efetuada no último trimestre. Pelo ritmo de venda devido ao Dia da Criança, diz o presidente da Abrinq, a indústria está alçando resultado até melhor do que o estabelecido como meta junto com o governo. Alguns fabricantes de brinquedos já não aceitam encomenda para o Natal, pois estão com a produção vendida até dezembro. É o caso da Colorama, especializada em bonecas. Dentro de alguns dias, conta José Ricardo Galego, diretor-presidente, a empresa deve fechar as vendas do ano. Para o Dia da Criança, a Colorama comercializou 248 mil bonecas, 65% a mais do que havia programado para o período. Bonecas A Baby Brink, que também faz bonecas, distribuiu nas lojas, para serem vendidas na semana do Dia da Criança, 210 mil bonecas, 15% a mais do que no ano passado. "E a venda para o Natal pode ser o dobro", anima-se Audir Giovani, sócio-diretor. A Abrinq prevê para o Natal venda de 55 milhões de brinquedos -25% a mais do que em igual período do ano passado. Para o ano, a associação espera comercializar 180 milhões de unidades, 25% a mais do que em 1996. Esse volume ainda está 11% abaixo do número alcançado em 1994, de 202 milhões de brinquedos. Próximo Texto: Importado perde espaço Índice |
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