São Paulo, domingo, 5 de outubro de 1997
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Descoberta deve trazer avanços na luta contra a Aids

JOSÉ REIS
ESPECIAL PARA A FOLHA

Os cientistas Thomas Chech e Robert Weinberg publicaram separadamente em "Science" e "Cell", agosto de 1997, artigos relatando a descoberta do gene que controla a atividade da enzima telomerase em indivíduos humanos.
Fica, pois, aberto o caminho para a síntese de inibidores da enzima, assim como de substâncias capazes de abrandar pelo menos alguns males do envelhecimento.
Os cromossomos têm na ponta estruturas chamadas de telômeros, que se desbastam em pequeninos fragmentos à medida que a célula se divide. Após cerca de cem divisões celulares, os telômeros ficam truncados ao extremo.
Quando a célula morre, salvo se possuir telomerase, como as células cancerosas, que as torna "imortais", produz telomerase, enzima que protege e reconstitui os telômeros.
Os cientistas têm procurado produzir drogas inibidoras da telomerase, na esperança de assim deixar as células tumorais sem telômeros e consequentemente definharem.
As células tumorais são a principal fonte de telomerase, que todavia fabricam em diminutas quantidades, o que impede a extração das proporções suficientes da enzima.
A nova proteína apresenta semelhança muito grande com uma enzima produzida pelo vírus da Aids (HIV) e já se demonstrou que o AZT (droga que combate o HIV) inibe a ação da telomerase, porém em proporção muito pequena. Por isso o AZT não é um inibidor ideal.
Esperam os cientistas produzir em grandes quantidades esse inibidor, o que todavia demorará vários anos. Assim temos de aguardar algum tempo para ter disponíveis esses desejados e muito procurados inibidores para uso.

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