São Paulo, domingo, 5 de outubro de 1997
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Setor pede mais crédito

CLEBER MARTINS
DA REPORTAGEM LOCAL

Os empresários de franchising esperam conseguir recursos de pelo menos US$ 1 bilhão do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) para financiar o setor.
Franqueados e franqueadores passaram a depositar esperanças no banco, após o encontro do fórum setorial do franchising (nova denominação da câmara setorial), na última quinta, em São Paulo.
O grupo especial encarregado de discutir novas linhas de crédito promoveu uma reunião com instituições financeiras públicas e privadas.
Os bancos mostraram seus sistemas de financiamento e os projetos para franquias.
"O setor financeiro ainda não oferece condições adequadas às necessidades e à importância do franchising", avaliou o consultor Paulo César Mauro, coordenador do grupo.
Segundo ele, as taxas de juros cobradas pelos bancos, 18%, em média, ao ano, ainda estão aquém do necessário. Mauro defendeu a adoção das mesmas condições oferecidas pelo Sistema Financeiro da Habitação (taxa de 12% ao ano).
"Parece difícil para os bancos privados. Vamos tentar convencer o BNDES a liberar pelo menos US$ 1 bilhão."
Luiz Pizarro, chefe da regional sul do BNDES, jogou "água fria" na idéia. "O BNDES já oferece uma grande variedade de linhas e não pensa em abrir uma só para franchising", afirmou.
O próximo capítulo da negociação vai acontecer na quinta-feira, em Brasília, em nova reunião do fórum setorial.
"O primeiro encontro revelou a necessidade de abrir linhas de crédito diferenciadas", disse Aneli Dacas Franzmann, coordenadora-geral do fórum e representante do governo.
Os bancos, como o BankBoston e o BCN, mostraram intenção de iniciar programas especiais. "Poderemos reduzir as taxas em pelo menos 10%", disse Denis Mori, do BCN.
Além da criação de linhas de crédito específicas para o setor, outras propostas devem nortear os próximos debates, como a utilização de um sistema de "rating" (classificação de risco de crédito).
"Cada franqueador teria uma classificação, que seria levada em conta na hora de obter os financiamentos", afirmou Daniel Plá, franqueador e relator do grupo de financiamento.
Para ele, as redes com melhor pontuação seriam aquelas com mais de 20 franqueados e de quatro anos de operação.
Outra idéia em estudo são os consórcios para abertura de franquias. Uma comissão de advogados foi formada para estudar as propostas de mudança na legislação.

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