São Paulo, domingo, 5 de outubro de 1997
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Palestra esclarece conceitos do setor

DA REPORTAGEM LOCAL

O franchising minimiza mas não elimina os riscos de naufragar na abertura de um negócio. Por isso o empresário precisa ter em mente que não compra uma receita infalível quando vira franqueado.
Esse foi um dos pontos abordados na palestra "Entendendo o franchising", promovida pela Folha, no dia 29, em São Paulo.
O evento faz parte do ciclo "Os Rumos do Franchising", que traz palestras sobre o tema, sempre na última segunda-feira do mês.
Os palestrantes, Fernando José Fernandes, diretor jurídico, e João Baptista da Silva Júnior, diretor de cursos e eventos da ABF (Associação Brasileira de Franchising), buscaram mostrar que mitos e dogmas ainda rondam o setor.
Um deles é o que preconiza garantia total de sucesso da franquia. "O franchising é um dos ramos que mais oferecem segurança, mas não exclui riscos", defendeu Silva.
Ele apontou uma das saídas para assegurar uma parceria promissora com o franqueador: estar muito bem informado sobre o negócio.
"O futuro franqueado deve visitar o franqueador para conhecer sua estrutura, fazer contatos com outros franqueados e analisar todos os documentos da franquia. Mesmo assim, ele tem de saber que sempre estará assumindo riscos."
Outro mito a ser derrubado, segundo ele, é o de que o franchising é para qualquer um. "O empresário precisa fazer uma auto-análise. Nem todos se dão bem." Fernandes alertou para as "ilusões" geradas pelas promessas de retorno rápido. Ele recomendou "olho vivo" às circulares de oferta (documento obrigatório entregue aos interessados contendo todos os dados da rede franqueadora).
"A lei não exige que o franqueador ofereça um bom negócio, mas que dê todas as informações com transparência. Ele deve dizer claramente o que faz e o que não faz."
Ambos também defenderam a importância de uma troca de experiência entre as duas partes.
"O franchising é um projeto empresarial conjunto, em que há uma forte interdependência entre as partes", afirmou Silva Júnior.
Segundo Fernandes, o amadurecimento do setor em relação a esses requisitos já está acontecendo.
"O aumento do prazo médio de vigência dos contratos (cerca de cinco anos, segundo ele), mostra uma confiança nesse negócio."

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