São Paulo, segunda-feira, 6 de outubro de 1997 |
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Conselho sofre intervenção após punir auditor
FREDERICO VASCONCELOS
Esta é a versão do professor Fernando José Villas Boas, coordenador do centro de pós-graduação em ciências contábeis da Faculdade Visconde de Cairu, na Bahia. Ele foi um dos relatores do parecer que sustentou a decisão contra Millan. "Os problemas das firmas de auditoria trouxeram as pressões e a perseguição que acabou nessa intervenção branca", diz. "A Bahia ficou sozinha. Tivemos coragem de agir como um conselho deve fazer, e isso não é muito comum nos conselhos do Brasil." Villas Boas diz que a intervenção resulta de divergências pessoais entre José Maria Martins Mendes, presidente do conselho federal, e Alcenir Fernandes de Castro, que presidia o conselho baiano. "Acho que o caso do Econômico teve muito peso. Acredito que Mendes tenha sofrido pressões e pressionou Castro. Pedimos que o presidente do conselho do Rio se pronunciasse sobre o Nacional. Fizemos muita cobrança e não deu absolutamente em nada. É uma inversão de valores", diz o professor. Ele refuta a acusação de precipitação e quebra de sigilo no caso. "Tudo foi feito nos trâmites legais. O processo administrativo foi à plenária, que é aberta. O processo ético foi feito em reunião posterior, em julgamento fechado." Consulta vetada O interventor Gerardo Paiva Gama negou à Folha acesso ao processo que condenou Millan. Gama alegou seguir orientação da presidência do Conselho Federal de Contabilidade, pois o processo está em fase de recurso, em Brasília. Gama disse que a intervenção não tem relação com o caso Econômico. Foi decidida pelo conselho federal, diante da "quase insolvência da entidade" -as contas de 95 foram reprovadas pelo órgão federal. Segundo ele, há cinco facções em disputa no conselho baiano."O conselho fazia muitos gastos com fiscalização", diz. Em julho de 1996, Castro e Villas Boas, então vice, publicaram aviso na imprensa local, dizendo que se licenciariam por um mês em razão do "comportamento antiético e imoral da presidência do conselho federal". Foram instaurados processos contra eles por "má conduta administrativa". (FV) Texto Anterior: Firma pequena audita 'gigante' Próximo Texto: Câmara quer que Malan explique isenções Índice |
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