São Paulo, segunda-feira, 6 de outubro de 1997
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Companhia voltou a ter lucros em 96

MAURO ARBEX
DA REPORTAGEM LOCAL

O principal trunfo do governo de São Paulo na privatização da CPFL é a confortável situação financeira da empresa.
A estatal, que havia registrado em 1995 um prejuízo de R$ 51,6 milhões, passou por amplo processo de reestruturação e fechou 1996 com o maior lucro de sua história -R$ 118,9 milhões. No primeiro semestre deste ano, continuou a operar no azul, com lucro de R$ 75 milhões.
Segundo Júlio Colombi, diretor econômico e financeiro da CPFL, algumas razões explicam esse desempenho.
O reajuste nas tarifas de energia elétrica, no final de 1995, após mais de 18 meses sem aumento, teve reflexos positivos nos resultados de 1996. O crescimento médio de 6,5% no consumo de energia na área de atuação da empresa -o interior do Estado- também ajudou.
"Além da quantidade, o aumento da demanda foi qualitativo, pois foi maior entre os consumidores residenciais (7,8%) e comerciais (9,3%), que representam a maior parte da receita da empresa", afirma Colombi.
A estatal também já reduziu em 22,4% seu quadro de funcionários desde o início de 1995, passando de 7.755 para 6.017 no último dia 30. Até o final do ano, deve estar com 5.700 empregados.
Revisão dos contratos
"Outra providência foi a revisão de todos os contratos com fornecedores, empreiteiras e tudo que tivesse algum significado financeiro", diz o diretor. Com isso, foi possível economizar R$ 21 milhões no período de 12 meses.
A CPFL cortou ainda despesas com investimentos. Em 1994, foram investidos nas várias áreas da companhia cerca de R$ 255 milhões. No ano seguinte, esse valor caiu para R$ 130 milhões.
No ano passado, foram R$ 125 milhões e a previsão para 1997 é fechar com investimento total de R$ 120 milhões, conforme cálculo do diretor financeiro.
"Apesar desse grande corte, a qualidade do serviço não piorou, o que mostra que muito dinheiro era gasto de forma desnecessária."
Alguns índices de desempenho mostram uma boa performance da CPFL no atendimento ao consumidor, quando comparados com a média de outras distribuidoras de energia do país.
O chamado "DEC/FEC", por exemplo, que indica, respectivamente, a duração e a frequência dos cortes de energia na área da CPFL, é um dos mais baixos do Brasil.
A duração nos cortes de energia na empresa foi de 8,6 horas no ano passado, enquanto a média brasileira foi de 25 horas. Já a interrupção no fornecimento foi de 6,53 vezes em 1996; a média nacional, de 20,26 vezes.
(MA)

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