São Paulo, segunda-feira, 6 de outubro de 1997 |
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Tipos de Goldin voltam sem maquiagem
MARIANNE COMPARATO
Nada parecido com "The Ballad of the Sexual Dependency", diário íntimo da fotógrafa e de sua roda de amigos. Vemos David Armstrong, seu companheiro desde os tempos do colégio, não mais com seus amantes ou vestido de "drag queen", mas pausado e sem maquiagem. Os mesmos personagens louquíssimos das antigas séries aparecem serenamente olhando para a câmera que lhes aponta Nan. Não existem mais cinzeiros sujos, garrafas vazias espalhadas pelo chão e restos de comida no prato que recheavam o fundo das fotos de antes. São retratos aparentemente clássicos. Olhamos para as pessoas pelo que elas são, e não pelo que representam -homossexuais, "junkies" e "drag queens". O retrato nos leva a procurar o olhar da pessoa, e não os contornos. Sua peregrinação pelo mundo da fotografia começou cedo. Aos 14 anos, Nan foi viver numa comunidade hippie. Apaixonou-se pela fotografia e não parou mais. "Fotografando sem parar, percebi que eu podia gravar a minha própria história, impedir a sua revisão, sua reescritura", diz Nan em entrevista a uma revista francesa. "Minha irmã se suicidou numa época em que o suicídio era tabu. Para os vizinhos, era um acidente. Muito jovem, tomei consciência do fato de que ninguém queria realmente saber a verdade", resume ela. Ela dedica a exposição a Greer, que morreu em novembro do ano passado. Como ela resume a vida dele? Fotografando seu quadro de fotos e, ao lado, capturando a dor no rosto de uma amiga indo para o seu funeral. Texto Anterior: "Histórias da Bahia" reativa produção do Estado após 18 anos Próximo Texto: Anexo mostra fotos antigas Índice |
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