São Paulo, segunda-feira, 6 de outubro de 1997
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Alta abstenção pode anular eleição sérvia

República faz 2º turno para presidente

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Ao final das eleições presidenciais realizadas ontem na Sérvia, o candidato socialista Zoran Lilic -aliado do presidente iugoslavo Slobodan Milosevic- parecia estar com dificuldades para vencer a disputa.
As pesquisas preliminares extra-oficiais apontavam que o número total de votos estaria entre 43% e 45% -menos que os 50% exigidos pela lei para que a votação seja válida.
A sondagem foi realizada em 9 das 29 zonas eleitorais pela organização não-governamental iugoslava Centro para Eleições Livres e Democráticas.
Em 21 de setembro, Lilic venceu o primeiro turno das eleições, que tiveram como segundo colocado o ultranacionalista Vojislav Seselj.
Outra pesquisa, realizada pelo Partido Socialista da Sérvia, apontava vantagem de 10% para seu candidato Lilic sobre Seselj. Os dados teriam sido obtidos junto a cerca de 10% do eleitorado.
Ivica Dacic, porta-voz do partido, negou que teria havido participação insuficiente dos eleitores para validar a votação. Segundo ele, o comparecimento foi "maciço".
O processo eleitoral foi boicotado por dois grandes partidos de oposição. Um deles é o Movimento Sérvio de Renovação (SPO), liderado por Vuk Draskovic, de orientação direitista e nacionalista. O outro é o Partido Democrata (DS), de Zoran Djindjic, ex-prefeito de Belgrado, destituído na terça-feira passada.
Em Montenegro, no entanto, 63,3% dos eleitores compareceram às urnas ontem para votar na eleição presidencial local, em que estava em jogo a reeleição de Momir Bulatovic, aliado do governo da Iugoslávia. Seu principal rival é Milo Djukanovic, um opositor acirrado de Milosevic.
As pesquisas preliminares apontavam vantagem do candidato oposicionista. Com cerca de 650 mil habitantes, Montenegro integra a República Federal da Iugoslávia, junto com a Sérvia, que tem aproximadamente 10 milhões de habitantes.

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