São Paulo, terça-feira, 7 de outubro de 1997
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Sinais de alento

JUCA KFOURI

Os dez jogos da última rodada levaram 149.773 pessoas aos estádios, média de 14.977 por partida.
Foi a melhor do campeonato até agora e se não chega a ser a metade das médias européias mais votadas é, pelo menos, o dobro do que vinha dando no Vergonhão-97.
Não deixa de ser um alento e um sopro de esperança para as rodadas que faltam na primeira fase e para as que virão depois.
É verdade que Salvador e Araras distorcem qualquer média, a primeira com 65.136 pagantes na Fonte Nova, e a segunda com apenas 1.051 no domingo que passou.
Mesmo assim, o fato é que São Januário recebeu 16.964 torcedores. O Canindé teve 15.487. E o Machadão, em Natal, 25.098 pessoas.
Se considerarmos que hoje e amanhã teremos dois grandes clássicos com as torcidas anfitriãs novamente animadas -Flamengo e Grêmio no Maracanã (hoje) e Cruzeiro e Vasco, amanhã no Mineirão-, e que, além do mais, também amanhã o Coritiba recebe o Palmeiras em seu estádio, e o Vitória recepciona o Botafogo, é bem possível que, na reta final, o campeonato esquente para muito além do esperado.
O fato é que, por mais que o torcedor seja maltratado, a paixão sempre acaba falando mais alto.
O caso baiano então, embora raro, talvez único no mundo, é exemplar.
Basta que Bahia e Vitória dêem um gostinho às suas torcidas e pronto! Casa cheia quando jogam em Salvador.
Como o Flamengo reacendeu sua chama fora de casa para poder incendiar o Maracanã, tudo o que o torneio precisa agora é que o mesmo aconteça com o Corinthians.
E não é impossível que o elenco corintiano o faça, embora o momento vivido no Parque São Jorge não seja dos mais propícios.
O clima político está carregado, e a atual diretoria anda mais preocupada em propagandear que fez obras como nunca (com o testemunho dos jornalistas de sempre) do que com o time.
Mas com ou sem a volta da massa alvinegra, é bem possível que comecemos a viver as emoções que o campeonato do futebol tetracampeão merece, mesmo com a credibilidade em baixa, com a dificuldade de se saber automaticamente qual é a colocação de cada clube, enfim, apesar de todos os pesares.
Como o jogador brasileiro, também nosso torcedor é, antes de tudo, um forte.

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