São Paulo, quarta-feira, 8 de outubro de 1997
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Saúde; PPB; Frei Betto; Resignação; Aposentadoria de magistrados

Saúde
"Com relação ao editorial 'Descontrole na saúde' (6/10), gostaríamos de esclarecer alguns pontos.
A atual gestão do Ministério da Saúde é marcada pela transparência. Por isso estão aparecendo antigas distorções que estavam dissimuladas na burocracia e que hoje, mais do que nunca, não são aceitas. O escândalo da compra de espermicidas pela extinta Central de Medicamentos (Ceme) é prova disso.
A compra do medicamento em número maior do que o solicitado não é de nossa responsabilidade. Foi feita em 1996.
Os programas de vacinação, ao contrário do que diz o editorial, não foram reduzidos. Aliás, a primeira etapa da Campanha de Multivacinação, realizada em 16 de agosto, foi a maior dos últimos dez anos, atingindo um índice de cobertura em torno de 100%.
A prevenção é um dos eixos principais da nova política do Ministério. Hoje, mais de 570 municípios têm condições de acabar com infestações do mosquito da dengue, isso depois de o programa de combate ao Aedes aegypt ter ficado parado por dois anos, devido à inviabilidade técnica e financeira do primeiro projeto.
Ao contrário das denúncias de falta de fiscalização nos bancos de sangue, somente no período de cinco meses -entre junho e setembro deste ano- a Secretaria de Vigilância Sanitária inspecionou 304 unidades, contra 342 inspecionadas ao longo de dez meses do ano passado. O trabalho da Vigilância este ano resultou na interdição de 19 hemocentros que apresentavam problemas de controle do sangue.
Estamos certos de que no curso desse processo de transparência muitos problemas ainda virão à tona. Mas preferimos enfrentá-los do que viver a ilusão de um falso controle."
João Roberto Vieira da Costa, coordenador de Comunicação Social do Ministério da Saúde (Brasília, DF)

Nota da Redação - O editorial não responsabilizava a atual gestão do ministério pelo aparente descontrole na saúde -nem a isentava. O fato é que há problemas como, por exemplo, a explosão da dengue e uma epidemia de sarampo, a qual, aliás, ainda não foi bem explicada pelas autoridades. No caso do sangue, a controvérsia ainda está aberta, como o demonstram reportagens publicadas neste jornal. De resto, para a população a prioridade não é saber se este ministro ou o de meses atrás foram os culpados. O fundamental é que os programas de prevenção funcionem e que o governo federal não desperdice recursos, como ocorreu, por exemplo, na compra de espermicidas.

PPB
"Com relação ao artigo 'O melancólico PPB' (29/9), de Fernando Rodrigues, desejamos nos referir especificamente às expressões: 'O PPB decidiu caminhar para o ocaso em nível nacional', 'Mas os caminhos trilhados pelo PPB demonstram que a legenda vive apenas para um nome, Maluf. E só isso não basta para ser um partido em todo o país' e 'No PPB, quem se lembra do último candidato a presidente em 94?'.
As defecções ocorridas no PPB (algumas até desejáveis) só vêm confirmar que o nosso partido mantém a ética e a independência, não se preocupando apenas com a quantidade.
O partido, coerente com sua postura de não praticar o fisiologismo deslavado, arca com esse ônus, porém se firma com uma sigla confiável aos olhos da nação.
Quanto à presença do PPB em nível nacional, cresce a cada dia, não só pela existência de 24 diretórios estaduais e mais de 4.000 municipais como também de seus 700 prefeitos, 7.000 vereadores e seus mais de 2 milhões filiados.
Por fim, com relação à candidatura de Esperidião Amin a presidente, em 94, os progressistas lembram, e muito bem. Aliás, recente pesquisa Datafolha (setembro/97) apontou Amin com 5% para presidente, embora ele já esteja em campanha para governador de Santa Catarina."
Vasco F. Furlan, secretário-executivo nacional do PPB (Brasília, DF)

Frei Betto
"Enquanto o povo católico do mundo inteiro aplaudia com o costumeiro carinho e emoção o papa João Paulo 2º no Rio, o católico frei Betto preferiu engrossar o coro daqueles para quem o papa não é tão pop assim ( 5/10).
Como cristão-católico, gostaria de perguntar ao frei Betto: 'Qual é a sua, meu irmão?'. Se o bispo Macedo ou algum pai-de-santo leu o artigo, aplaudiram de pé."
Vieslau Kaminski (Três Rios, RJ)
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"Por que o frei Betto não cria uma nova igreja para ele e seus seguidores?"
Ricardo Nassif Hussni (São Paulo, SP)
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"Parabéns a frei Betto pelo ótimo artigo 'Querido papa' (5/10).
A Igreja Católica precisa muito de homens como ele."
Luiza Nagib Eluf (São Paulo, SP)
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"O dr. José Carlos Graça Wagner deveria ser condecorado pelos que acreditam num Brasil irreal e injusto para com as mulheres e os desafortunados.
Suas idéias expostas no artigo 'Querido frei Betto' (7/10) denotam um posicionamento juridicamente incorreto e politicamente eivado de um conservadorismo sem precedentes."
Marcelo Pereira (São Paulo, SP)

Resignação
"Assistimos a mais completa resignação da sociedade brasileira quanto às assassinas queimadas na floresta amazônica.
Infelizmente, 'a Indonésia é aqui'."
Cristina Van Wanrooij (São Paulo, SP)

Aposentadoria de magistrados
"Excelente o claro artigo do desembargador José Fernandes Filho, que repõe a discussão da aposentadoria dos magistrados no terreno técnico em que deveria ser debatida, e não no emocional, como vem ocorrendo.
Na mesma linha, é de se elogiar o artigo do ministro Antonio de Pádua Ribeiro."
Ives Gandra da Silva Martins, professor emérito da Universidade Mackenzie (São Paulo, SP)
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"Os contestadores da aposentadoria especial dos juízes, maliciosamente chamada de privilégio, são os poderosos e seus acólitos, insaciáveis parasitas do Estado, a quem interessa o desmonte do Poder Judiciário, que obsta suas ações na escalada do arbítrio.
Só não vê quem é cego."
Geraldo de Oliveira (Brasília, DF)
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"Este periódico vem publicando diariamente uma carta a favor e outra contrária à aposentadoria especial para os membros da magistratura brasileira. Trata-se da real proporção entre favoráveis e contrários? É lógico que não!
Senhores parlamentares: a população está atenta e clamando pelo fim das mordomias das castas de privilegiados!"
Paulo Sérgio Lew (Santana de Parnaíba, SP)
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"Privilégio não rima com a igualdade prevista na Constituição. Senhores congressistas, esqueçam um pouco seus próprios privilégios e os de outras classes para que possamos gostar e nos orgulharmos do Congresso."
Élzio do Espírito Santo Oliveira (Florianópolis, SC)

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