São Paulo, quinta-feira, 9 de outubro de 1997
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PDT inicia processo de expulsão

DA SUCURSAL DO RIO E DA AGÊNCIA FOLHA

O PDT iniciou ontem à tarde o processo de expulsão do deputado estadual Jaime Mantelli, que votou contra o impeachment.
Segundo o secretário de Organização do PDT, Manoel Dias, a atitude se justifica porque havia uma deliberação da Executiva Nacional em favor do impeachment.
O documento com essa decisão foi registrado no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e comunicado aos parlamentares do partido. "Com isso, o voto do deputado Jaime Mantelli configura caso de expulsão, porque o estatuto do PDT determina que seus parlamentares precisam atender às determinações da Executiva."
Embora o processo de expulsão leve cerca de dois meses, Mantelli já está "politicamente expulso", segundo o secretário de Organização do PDT. "Nós havíamos dito a ele que o nome do partido estava em jogo", afirmou Dias.
Um indício da mudança de posição de Mantelli teria surgido após a decisão do PDT de encerrar sua participação no governo catarinense, em 20 de julho.
"Depois disso, ele indicou o secretário da Justiça e 85% dos funcionários da secretaria. É claro que havia algo", afirmou Dias.
O deputado do PFL Júlio Teixeira formalizou pedido para expulsão dos dois deputados do partido -Onofre Agostini e Ciro Roza- que, ausentando-se do plenário, ajudaram o governador.
O apoio dos parlamentares ao peemedebista representou uma derrota política para dois dos principais líderes nacionais do PFL: o embaixador em Portugal, Jorge Bornhausen, e o senador Vilson Kleinubing.
No início da semana, Bornhausen chegou a mandar uma carta, de Lisboa, "intimando" os oito deputados da bancada a votar unidos pelo afastamento, a exemplo do que fizeram na primeira votação, em 30 de junho.
O senador Kleinubing, por sua vez, foi um dos mais destacados integrantes da CPI do Senado, que levantou as acusações contra o governador. Outro que mudou o voto foi Jorginho Mello (PSDB), que se absteve ontem. Há três meses, ele indicou a diretoria do Besc (banco pertencente ao Estado) e temia que ela fosse exonerada, caso se alinhasse à oposição.
Paulo Afonso ainda pode ser condenado pela Justiça comum. O Ministério Público analisa os relatórios das CPI's da Assembléia Legislativa e do Senado.

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