São Paulo, quinta-feira, 9 de outubro de 1997
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Presidente nega mercado

IGOR GIELOW
DA REPORTAGEM LOCAL

O presidente regional do Prona em São Paulo, Milton Melfi, disse que o seu partido não promove um mercado de compra e venda de legenda no Estado.
Sua afirmação foi feita à Folha por volta das 14h30 de ontem, três horas e meia depois de a reportagem assistir à reunião na qual foram negociadas as vagas.
Informado de que o repórter estava presente e havia gravado a conversa integralmente, Melfi disse: "Não tenho o que dizer".
O presidente disse que, ao presenciar o pedido de venda de vaga de candidato com ágio, "ficou surpreso". "Eu juro que não sabia de nada. Tanto que chamei o Jorge (Martinez) para dizer que estava tudo desfeito e que eu iria devolver o dinheiro gasto pelo candidato com as cartilhas", afirmou.
Jorge Martinez, por sua vez, não negou a negociação ao ser informado pela reportagem que a Folha estava presente à reunião.
"Eu falei de novo com o candidato e ele me disse que não iria desistir da candidatura", alegou.
"Se um candidato não tiver como contribuir com o partido, comprando as cartilhas, nós o ajudamos. Tem até gente nessa situação", afirmou Melfi. Horas antes, ele havia dito que todos os 84 candidatos listados haviam comprado as cartilhas.
"Não existe nada de irregular ou ilegal", afirmou. A Folha procurou o cardiologista Enéas Carneiro, fundador e líder do Prona, no Rio de Janeiro. Não conseguiu localizá-lo até as 20h de ontem.
Em relação à suspeita levantada por Martinez sobre o PDT, PT, PPB e PRN, apenas o PDT afirmou que existe uma contribuição pedida aos candidatos.
"Mas não é uma taxa ou algo assim. Pedimos R$ 20 mil para autofinanciar as campanhas, mas quem não tem dinheiro é auxiliado pelo partido. Irá para o caixa do PDT", afirmou o presidente do Diretório Estadual do PDT, deputado federal Fernando Zuppo.
O Diretório Estadual do PPB informou que não cobra taxas e que todo assunto relativo às candidaturas só será discutido ano que vem.
Segundo o secretário de Comunicação do PT paulista, Francisco Campos, a afirmação de Martinez de que o partido cobra em automóveis Gol a legenda é "absurda". "Não há nada disso. Se soubéssemos, investigaríamos."
No PRN, ninguém atendeu aos telefonemas dados durante a tarde de ontem.
(IG)

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