São Paulo, quinta-feira, 9 de outubro de 1997 |
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Custo das inscrições exige sacrifícios
BRUNO GARCEZ
Viviane Canelas, 20, vai prestar psicologia na Universidade Mackenzie e na Fuvest (Fundação Universitária para o Vestibular) e medicina na Unimar (Universidade de Marília) e na Unesp (Universidade Estadual Paulista). "As idas a barzinhos e danceterias foram banidas. Meus pais ainda disseram: 'trate de entrar porque chega de gastar' ", diz Viviane, que gastará R$ 307 com as quatro inscrições. A vontade de entrar é tão grande, que além de se inscreverem em vários vestibulares nos seus Estados de origem, alguns candidatos ainda prestam provas para outras localidades. Rafaela Alves Cuisse, 20, quer prestar zootecnia na Universidade Estadual de Maringá, PR, além de se inscrever para outros cinco vestibulares: medicina veterinária na Unip (Universidade Paulista) e na Unisa (Universidade de Santo Amaro), nutrição nas Faculdades Integradas São Camilo, e zootecnia na Fuvest e na Unesp. "Não gosto nem de pensar no quanto vou gastar, mas é menos arriscado que prestar apenas um ou dois vestibulares. Se não passar terei de fazer cursinho de novo, o que também sai caro", diz Rafaela, que irá gastar R$ 357. Alguns vestibulandos têm de abrir mão até dos sonhos de consumo. É o caso de Fernando Charro, 18, que costuma ensaiar com sua banda nas horas vagas. "Eu queria comprar um novo contrabaixo, mas agora nem pensar", afirma Fernando. Ele irá gastar R$ 345 se prestar fisioterapia na Uniban (Universidade Bandeirante de São Paulo) e na Fuvest, arquitetura na Mackenzie e na Unip e rádio e TV na Faap (Fundação Armando Álvares Penteado). "Em 96, o guia das profissões foi patrocinado. Este ano, fomos nós que o financiamos", afirma Fernando Dagnoni Prado, 50, diretor acadêmico do vestibular da Unesp. "Aumentamos a revista do vestibulando e acrescentamos um caderno de questões", diz o coordenador de comunicação social do vestibular da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), Carmo Gallo Netto, 50. José Atílio Vanin, vice-diretor da Fuvest, diz que o vestibular deste ano exigirá a contratação de 9.000 funcionários, contra 8.500 do ano passado. "De qualquer forma, é a menor taxa entre as públicas de São Paulo. Em três anos, o preço das inscrições só variou 4%", afirma. Texto Anterior: VEJA SE APRENDEU Próximo Texto: Braga faz mosaico dos dramas da nossa época Índice |
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